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Interior

Comércio da fronteira fecha as portas para protestar contra redução de cota

Mariana Rodrigues | 17/03/2015 08:32
Os manifestantes querem chamar a atenção para a medida que deve baixar de 300 para 150 dólares a cota de compras no exterior. (Foto: Eduardo Gaúna)
Os manifestantes querem chamar a atenção para a medida que deve baixar de 300 para 150 dólares a cota de compras no exterior. (Foto: Eduardo Gaúna)

A cidade paraguaia Pedro Juan Caballeroque faz fronteira com o município de Ponta Porã- distante a 323 quilômetros de Campo Grande, além dos municípios de Ciudad Del Leste e Guaíra, protestam nesta terça-feira (17), contra a decisão do governo brasileiro que baixa de 300 para 150 dólares a cota de produtos importados, permitida para cada cidadão brasileiro fazer compras no exterior sem ter que pagar impostos. Desde fevereiro, representantes do comércio de Ponta Porã já haviam sinalizado que devido ao atual cenário econômico brasileiro e a alta do dólar, as vendas tiveram redução de 30%.

Essa realidade aponta para o impacto já sentido por empresas, que pensam em reduzir o quadro de funcionários para combater a redução na receita.

Cerca de seis mil manifestantes estão nas ruas de Pedro Juan Caballero, para chamar a atenção para a medida que deve baixar de 300 para 150 dólares a cota de compras no exterior com a isenção de impostos, porém para os comerciantes a cota de 300 dólares ainda é baixa, e eles reivindicam uma cota de 500 dólares.

Segundo Eduardo Gaúna, presidente da ACEPP (Associação Comercial de Ponta Porã), com a paralisação, a falta de clientes tem preocupado os comerciantes de Ponta Porã que devem ser afetados diretamente. "Os comerciantes de Ponta Porã estão preocupados com essa paralisação, pois 50% das nossas vendas são para o Paraguai, isso nos afeta diretamente e com certeza iremos perder vendas", disse.

Mesmo apoiando as manifestações, Eduardo afirmou que o comércio de Ponta Porã não deve aderir a paralisação e funciona normalmente. "Por enquanto não vamos fechar as portas em apoio aos comerciantes da fronteira", afirmou.

Segundo a gerente de um hotel localizado na região central de Ponta Porã, o movimento de turistas que vão fazer compras tem caído bastante. "Nosso hotel é voltado para pessoas que vem especificamente para fazer compras no Paraguai, já estamos sentindo essa queda, poi o movimento caiu cerca de 60%, a procura tem sido bem pequena", comentou.

Três cidades bolivianas, que estão na fronteira com Mato Grosso do Sul também aderiram ao protesto, Puerto Quijarro, Puerto Suarez e Arroyo Concepcion. O protesto deve começar às 8 horas, e tem enceramento previsto para acabar às 11 horas nas cidades da fronteira.

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