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Interior

Criticado por descaso com paraguaios na fronteira, presidente cobra exemplo

Em recado a opositores, Mario Abdo Benítez disse que todos os cidadãos devem assumir compromisso com medidas sanitárias

Helio de Freitas, de Dourados | 13/05/2020 12:28
Mario Abdo Benítez no hospital regional de Pedro Juan Caballero (Foto: ABC Color)
Mario Abdo Benítez no hospital regional de Pedro Juan Caballero (Foto: ABC Color)

Alvo de críticas dos opositores políticos da fronteira pela quarentena adotada no país em função da pandemia do novo coronavírus, o presidente do Paraguai Mario Abdo Benítez cobrou exemplo e disse que todos os cidadãos, principalmente autoridades constituídas, têm o dever de assumir compromisso com as medidas sanitárias.

Marito esteve nesta quarta-feira (13) em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande, onde inaugurou nove leitos de UTI no hospital regional da cidade.

Adversários políticos do presidente, os irmãos José Carlos Acevedo (prefeito de Pedro Juan), Ronald Acevedo (governador de Amambay) e Robert Acevedo (deputado) criticam a atuação dos militares na fronteira e culpam o governo federal pela crise econômica que já desempregou pelo menos mil pessoas no lado paraguaio.

Questionado sobre a atitude de José Carlos Acevedo, que domingo cruzou a fronteira ilegalmente para visitar parentes em Ponta Porã, o presidente disse que o objetivo das medidas é salvar vidas.

“Temos de ser conscientes que ninguém pode ter privilégio. Desde o mais humilde, todos estão fazendo sacrifício, fechados em casa há 63 dias, para cumprir as medidas sanitárias. O Paraguai é reconhecido no mundo [por manter os casos controlados] graças à disciplina do seu povo e sacrifício daqueles mais humildes”, afirmou Marito.

Apesar de cobrar exemplo de todos quanto às medidas sanitárias, o governo de Mario Abdo Benítez vem sendo criticado pelo descaso que trata cidadãos paraguaios, atualmente em território brasileiro aguardando autorização para regressar ao país de origem.

O assunto foi abordado hoje pelo prefeito de Ponta Porã Hélio Peluffo Filho (PSDB) e pelo secretário de Saúde do município, Patrick Derzi. Segundo eles, paraguaios que estavam trabalhando no Brasil foram orientados pelo Consulado do Paraguai a permanecerem em Ponta Porã, mas autoridades locais não foram avisadas.

Nesta terça-feira (12), um desses paraguaios, Elvio López Florenciano, se acorrentou a um poste da rede elétrica no canteiro da avenida internacional que separa as duas cidades para protestar contra o governo de seu país por não poder regressar ao Paraguai.

Depois de fazer teste rápido e o resultado dar negativo para covid-19, Elvio e outros 15 paraguaios puderam cruzar a fronteira ontem à noite. Todos foram levados para albergues, onde ficarão isolados por 14 dias.

Elvio Florenciano seria morador de Ciudad Del Este e estava trabalhando legalmente em São Paulo. Entretanto, como a Ponte da Amizade está fechada, veio a Mato Grosso do Sul para regressar a seu país.

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