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Interior

Cunhado é suspeito de armar emboscada para execução de chefe da pistolagem

“Aguacate” teria sido atraído para uma festa e morto por pessoas do seu círculo de convivência

Helio de Freitas, de Dourados | 20/06/2023 17:32
Casa em Pedro Juan Caballero, onde Aguacate teria sido atraído para festa e executado (Foto: ABC Color)
Casa em Pedro Juan Caballero, onde Aguacate teria sido atraído para festa e executado (Foto: ABC Color)

A polícia paraguaia suspeita que pessoas do círculo de convivência de Marcio Ariel Sánchez Giménez, o “Aguacate”, armaram a emboscada para o assassinato do bandido de 35 anos de idade, acusado de comandar o mais sanguinário grupo de pistoleiros da fronteira com Mato Grosso do Sul.

Ex-chefe de segurança do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani (morto em 15 de junho de 2016), Aguacate (abacate, em castelhano) foi executado com 33 tiros de pistola 9 milímetros na noite de quinta-feira (15). Na manhã seguinte, o corpo foi jogado a 200 metros do Palácio da Justiça de Pedro Juan Caballero – cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS).

Investigadores da Polícia Nacional afirmam que bandidos da importância de Marcio Sánchez não costumam ser pegos de surpresa pelos inimigos, pois vivem cercados de seguranças fortemente armados e sempre dispostos a resistir até a última bala.

Diante dessa realidade, não resta outra possibilidade: Aguacate foi traído e assassinado por pessoas conhecidas, possivelmente seus próprios seguranças, amigos ou até mesmo parentes.

O principal suspeito é um cunhado de Marcio Sánchez, cuja identidade não foi revelada pela Polícia Nacional. Ele seria o dono da casa onde o pistoleiro teria sido assassinado na noite do dia 15. Durante buscas no imóvel, policiais paraguaios encontraram pistas reforçando a suspeita.

Na casa, os policiais encontraram grande quantidade de bebida e outras evidências indicando ter havido uma festa no local. A suspeita é de que Aguacate tenha sido chamado até o imóvel com pretexto de participar da comemoração, mas foi dominado e executado. O corpo foi jogado enrolado num cobertor laranja, com as calças abaixadas.

O comissário Luis López, responsável pelas investigações, afirmou estar seguro de que a morte ocorreu nessa casa. “Não existe nenhuma dúvida de que são pessoas do seu entorno, principalmente porque a pessoa que alugava a casa era seu cunhado”, afirmou.

“Podemos presumir que estavam festejando, comemorando algum tipo de negócio, situação utilizada para atraí-lo até o local. No crime organizado, na luta pelo poder, não existe parente, amigo ou ‘soldado’. O cidadão assassinado [Aguacate] também conseguiu o poder que tinha agindo dessa forma”, afirmou o comissário.

O Campo Grande News apurou que Marcio Sánchez era apontado como autor da execução do traficante e ex-suplente de deputado paraguaio Carlos Rubén Sánchez Garcete, o “Chicharõ”, 44, em agosto de 2021.

Em guerra com ex-sócios do negócio das drogas, “Chicharõ” vivia numa “fortaleza” em Pedro Juan Caballero, andava cercado de seguranças e em carros blindados. Na noite de 6 de agosto, ele recebeu seleto grupo de amigos em uma festa particular.

Na manhã seguinte, foi assassinado com pelo menos 400 tiros de pistola, escopeta e fuzil. O corpo ficou destroçado pelas balas. A polícia paraguaia nunca divulgou qualquer detalhe da investigação, mas fontes da fronteira revelam que Aguacate era o responsável pela segurança de “Chicharõ” e teria sido o primeiro a atirar no ex-político. Na época, a recompensa pela cabeça de “Chicharõ” seria de 1 milhão de dólares.

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