“Da próxima vez vai ser no rosto”: mãe relata ameaça de PM que atirou em menino
Adolescente de 12 anos estava andando de bicicleta quando foi abordado e baleado no pé por policial militar
A mãe de adolescente baleado por policial militar descreve a truculência e ameaça durante abordagem do menino. O filho, de 12 anos, contou que estava andando de bicicleta com amigos quando passou pela viatura da Policia Militar por duas vezes. Na segunda vez, os policiais desceram e reclamaram que estava tarde para os garotos estarem na rua.
A mulher ainda conta que depois de abordar os meninos, o policial mandou eles subirem na bicicleta e irem embora. "Quando eles fizeram isso, o policial que estava a pé saiu correndo e atirou no pé do meu filho, que estava na garupa da bicicleta e ainda disse: 'da próxima vez vai ser no rosto'", lamentou.
Após o menino parar, os policiais retiraram o celular do adolescente, o colocaram na viatura e o levaram até o hospital. No local, entregaram o celular para que ele ligasse para um familiar e disseram que só poderiam "começar os procedimentos" quando um responsável estivesse no hospital.
Os policiais disseram para a mãe que o menino estava fazendo "arruaça" e que teria xingado os policiais, por isso foi dado o tiro de bala de borracha. A mãe então pediu para ver o filho e recebeu a informação, pelos enfermeiros, de que o adolescente havia sido baleado com uma bala de 9 mm.
O menino teve o pé suturado na segunda-feira (1°) e a bala continuou no seu pé até a tarde de quarta-feira, e hoje ele recebeu alta. A mãe conta que foi na PM para registrar boletim de ocorrência, mas recebeu a informação de que o documento já havia sido feito pelos policiais. Com isso, ela resolveu procurar o MP (Ministério Público) para ter o caso investigado.
Investigação - O MP informou que, no dia dos fatos, cobrou ao 8° BPM (Batalhão de Policia Militar) a instalação de um inquérito policial. O órgão pediu também acesso a câmeras de seguranças da região e o prontuário médico do menino.
A investigação será conduzida pelo Gacep (Grupo de Atuação Especial do Controle Externo da Atividade Policial do MPMS) e o policial ficará afastado das ruas, cumprindo funções administrativas até que a apuração seja concluída.
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