Depois de protestos, Cigcoe retira mais duas famílias de fazenda
Mesmo depois de protestos, mais duas famílias que viviam em lotes comprados de forma irregular, foram retiradas da Fazenda Santo Antônio, em Itaquiraí, pela tropa de choque da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais). Desde ontem, já foram retiradas do local 8 famílias, de um total de 50 ordens de despejo expedidas pela Justiça Federal.
Segundo a assessoria do Incra (Instituto Nacional de Colonização Agrária), as ordens serão cumpridas enquanto não forem retiradas as 50 famílias da área. Caminhões foram enviados para os locais e as famílias podem escolher o destino entre Itaquiraí e Naviraí. No fim da tarde de ontem, também houve protesto com a participação de 80 pessoas que compraram lotes irregulares e já haviam sido notificadas do despejo.
Ao todo, 110 liminares foram concedidas pela Justiça depois do pedido de 350 despejos feitos pelo órgão em todo o Estado. Em Itaquiraí, a fazenda alvo da ação é a Santo Antônio que possui 28 mil hectares e mais de 1,1 mil famílias assentadas. Segundo o Incra, muitas famílias compraram o lote de forma irregular em 2010 e corriam o risco de despejo.
A próxima cidade a receber as ações será Ponta Porã onde fica localizada a Fazenda Itamarati, maior reforma agrária do Estado. A data ainda não foi definida porque a situação dos lotes ocupados de forma irregular nos assentamentos pode sofrer reviravolta.
Com pedido de liminar urgente, uma ação civil pública pede que a Justiça Federal determine ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) realização de levantamento sobre cada lote e, casos os ocupantes se enquadrem nos quesitos definidos pelo MPF (Ministério Público Federal), sejam reconhecidos como titulares da terra. Ao todo, 536 lotes têm irregularidades nos dois assentamentos.