Destroços de ponte que caiu podem danificar leito do rio e outras pontes
Os entulhos da ponte que desmoronou em Guia Lopes da Laguna, distante 227 km de Campo Grande, no dia 02 de janeiro, continuam dentro do rio Santo Antônio e só devem ser retirados pela empresa que ainda será contratada para reconstruir a ponte. Não há data definida para isso acontecer.
Os restos de concreto e outros destroços continuam no rio Santo Antônio, causando dano ambiental para a fauna e flora da região. Os quilos e quilos de dejetos depositados no leito do rio podem mudar a cadeia de produção dos peixes, afetar as matas ciliares e aumentar o impacto das cheias, segundo ambientalista.
Outra preocupação é com os blocos de concreto que podem rolar e atingir outras três pontes, sendo que uma delas é de madeira e atualmente usada como alternativa para veículos e caminhões chegarem até a cidade ou o assentamento. Com a cheia do rio os blocos podem causar danos na estrutura de outras pontes.
O Governo de Mato Grosso do Sul fará contratação emergencial para reconstrução da ponte que caiu, mas ainda não há nem data e nem empresa definida para isso. Segundo o prefeito de Guia Lopes, Jacomo Dagostin (PMDB), quem deve retirar os entulhos, é a empresa contratada. "Acredito que seja a empresa que vai retirar os entulhos da ponte que desmoronou, mas não sei de qual forma vão fazer isso", afirmou.
Para o ambientalista Haroldo Borralho, o material estranho da ponte que são os entulhos, causa danos sérios para fauna e flora e pode mudar até a situação do próprio rio. "Com esse material estranho dentro do leito do rio, a cadeia de produção dos peixes pode mudar e se os entulhos continuarem lá, o rio pode transbordar e causar enchentes", avalia.
Borralho explica que se houver chuva forte na região, a água vai levar os destroços, afetando até outras pontes que existirem no caminho. "E isso também é muito perigoso para barqueiros e profissionais da pesca que podem se acidentar devido aos concretos que estão no rio. Os danos são muitos com esse concreto dentro do rio", alega.
Ainda conforme o ambientalista, é responsabilidade do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) vistoriar o rio. "Como poder público, o governo tem que exigir a retirada desse material de dentro do leito do rio, pois o que está ruim, pode piorar", informa.
Em contrapartida, o Gerente de Recursos Pesqueiros e Fauna do Imasul e biólogo Vander Melquíades, afirma que o concreto que caiu no rio, não deve afetar em nada a fauna e nem os peixes. "Quando o concreto cai na água não causa dano algum porque ele afunda e não tem elemento no concreto que causa contaminação, só se criar uma barreira física, algo que não aconteceu e acredito que o impacto é quase zero", explica.
Com relação à responsabilidade de retirar os entulhos do rio, o gerente informa que a responsabilidade é da empresa que construiu a ponte. "O Imasul pode sim fazer uma vistoria conjunta no local, porém, o Ministério Público que já foi acionado, vai fazer perícia com o engenheiro responsável pela obra para saber o que aconteceu e provavelmente a empresa vai retirar os entulhos do rio", comenta.