Distância de apenas 231 quilômetros separou pai e filha por 25 anos
Getúlio e Lucilene se reencontraram em Ribas do Rio Pardo e ele foi morar com ela em Três Lagoas
Apenas 231 Km separavam pai e filha, mas eles ficaram distantes por 25 anos. Apesar da mágoa do abandono, o amor falou mais alto e Lucilene Alves da Silva, de 44 anos, resolveu sair de Três Lagoas, na última sexta-feira e buscar o pai, Getúlio Alves da Silva, de 73, em Ribas do Rio Pardo.
Ele deixou a família, segundo contou Lucilene, há muitos anos e nunca mais mandou notícias. Mas há algumas semanas, depois de denúncia feita ao Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) de Ribas, assistentes sociais descobriram Getúlio morando sozinho e em condições precárias.
Numa casa simples e alugada, ele usava o dinheiro da aposentadoria para pagar o aluguel e se alimentar. Mas segundo a coordenadora do Creas, Jaqueline Pereira Arimura, muitos se aproveitavam dele usando o dinheiro ou pegando comida.
Ela conta que quando ele foi descoberto e passou a receber cesta básica do município, foi preciso enviar alimentos em pouca quantidade, senão as pessoas tomavam dele. “Fomos atrás de familiares, descobrimos a filha e ela aceitou vir buscá-lo”.
Para a coordenadora, num primeiro momento, Lucilene ficou pensativa sobre a situação, já que há 25 anos não tinha notícias do pai e foi ele quem abandonou a família. “Mesmo com a mágoa, o amor sobressaiu”, ressaltou Jaqueline, que comentou ainda que todos da famílias apoiaram o retorno de Getúlio, inclusive a ex-mulher.
Nas palavras da filha, foi exatamente isso que houve e “agora é só felicidade né? Aproveitar. Aproveitar meu pai, o tempo que a gente ficou longe”, afirmou, dizendo que agora poderá apresentar aos amigos quem é seu pai.
Para Getúlio, o reencontro não foi menos emocionante. “Muito contente, muita alegria. E muito agradecimento a vocês. Muita alegria para voltar para casa”, sustentou.
A Secretaria de Assistência Social de Ribas do Rio Pardo orienta que quem souber de casos de negligência ou violência contra idosos, pode acionar o disque 100 para formalizar e registrar a denúncia. O telefone do Creas também pode ser acionado pelo (67) 3238-1819.
