Dnit suspende assinatura de contrato de R$ 30 milhões com a Delta em MS
Sem contrato, obra em 108 km da BR-163 não pode ter início
A direção nacional do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) mandou suspender a assinatura do contrato de R$ 30 milhões entre a superintendência regional de Mato Grosso do Sul e a Construtora Delta.
“Preciso de um documento que proíba a assinatura do contrato. O trecho lá está descoberto. Se a Delta não puder, já chamo o segundo colocado”, afirma o superintendente interino do Dnit no Estado, Antônio Carlos Nogueira.
Sem a assinatura do contrato, a obra em 108 km da BR-163 não pode ter início. Ele justifica que manteve o edital, em que a Delta foi vencedora, para não perder quatro meses de processo licitatório.
A licitação tinha valor máximo de R$ 35 milhões. No dia 15 de março, a Delta venceu, com proposta de R$ 30,9 milhões. A empreiteira apresentou a terceira melhor proposta, mas as outras duas empresas foram desclassificadas por não atenderem critérios do edital.
A empresa é investigada na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira, que apura as ligações do contraventor Carlos Augusto Ramos com a Delta e políticos.
A construtora também corre risco de ser declarada inidônea pela CGU (Controladoria-Geral da União), desta forma ficará impedida de participar de licitações do poder público.
Após o escândalo, Delta, um das que mais recebeu verbas públicas para construções em todo o Brasil, entrou com pedido de recuperação extrajudicial. Uma tentativa de evitar a falência.
Mato Grosso do Sul - Nos últimos anos, a Delta firmou contratos de R$ 164 milhões com o Dnit. Conforme relatório divulgado pela CGU, as obras são nas rodovias 158, 262, 267, 163. Já o governo do Estado teve dois contratos com a empresa, no valor de R$ 51 milhões.
A Construtora Delta ainda recebeu R$ 27,8 milhões de emendas parlamentares de políticos do Estado. O valor corresponde a 48 emendas que a União empenhou para as obras, tocadas pelo Dnit. Até janeiro deste ano, o órgão federal era comandado por Marcelo Miranda em Mato Grosso do Sul. Ele e a cúpula do Dnit foram exonerados pelo Ministério dos Transportes.