Dos seis presos por sequestro, quatro já confessaram crime, diz delegado
Polícia avalia se caso vai ficar na esfera estadual ou federal, já que crime começou no Brasil e terminou no Paraguai
Apesar do protesto de moradores, que ontem (20) se manifestaram em frente ao Palácio da Justiça, em Pedro Juan Caballero, a polícia afirma que dos seis presos no dia anterior pelo sequestro do estudante Pedro Urbieta Reichardt, quatro já confessaram participação no crime.
Filho do empresário brasileiro Alexandre Reichardt de Souza, dono de uma loja de materiais de construção em Pedro Juan Caballero e membro de família tradicional na fronteira, Pedrinho foi sequestrado na quinta-feira (17) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.
Ele foi libertado no mesmo dia após passar 16 horas em poder dos sequestradores. A polícia afirma que não houve pagamento de resgate, mas boatos que circulam na fronteira afirmam que a família do menino pagou ao menos uma parte do valor pedido – R$ 1 milhão.
Ao Campo Grande News, o delegado Rodolfo Daltro, da Polícia Civil, disse que são consistentes os indícios contra os suspeitos. “Os quatro que já confessaram envolvimento no sequestro e relatam a participação dos outros”, afirmou ele.
Presos - Dos seis presos suspeitos de envolvimento no sequestro, dois são funcionários em uma das empresas do pai do garoto e uma é empregada doméstica na casa da família da vítima.
Estão presos os funcionários do pai do menino Felipe Luis Samúdio e Gustavo Alberto Iturbe Valdez, a empregada da família Eunice Ojeda Sanchez e outras três pessoas: Vicente Ramon Pereira Arce, Américo Sanchez e Cesar Sebastian Ojeda Sanchez, que seria um dos mentores do crime.
Eles foram presos em Pedro Juan Caballero no sábado por policiais paraguaios, mas as investigações envolvem também o Garras (Delegacia Especializada de Repreensão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) e policiais civis de Ponta Porã.
O delegado Rodolfo Daltro disse que a polícia ainda avalia se o caso vai continuar em andamento na polícia estadual ou fica na responsabilidade da Polícia Federal, uma vez que o crime foi transacional – começou no Brasil e terminou no Paraguai.
“Hoje vamos conversar com os colegas da Polícia Federal sobre o caso. Inicialmente pode caminhar tanto na Polícia Federal quanto estadual e depois a gente passa todas as provas para uma ou para outra polícia. Mas a decisão será tomada depois, pelo Judiciário”, explicou o delegado.
Como todos os presos são cidadãos paraguaios e foram presos do outro lado da fronteira, eles devem ser processados nos dois países e depois é feito um ajuste de penas, segundo o delegado.
Daltro afirmou que as investigações continuam, já que existem suspeitas do envolvimento de outras pessoas no sequestro. Nesta semana a polícia vai ouvir o depoimento de Pedrinho, que deve também fazer o reconhecimento dos acusados.