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Interior

Em guerra com rival, traficante foi traído por gente de sua confiança

Clemencio González Giménez morava em modesto conjunto de quitinetes e foi executado ontem em Pedro Juan

Por Helio de Freitas, de Dourados | 06/05/2024 10:59
Clemencio González, o “Gringo”, vivia escondido em conjunto de quitinetes, onde foi morto (Foto: Divulgação)
Clemencio González, o “Gringo”, vivia escondido em conjunto de quitinetes, onde foi morto (Foto: Divulgação)

O narcotraficante Clemencio González Giménez, 64, o "Gringo", executado neste domingo (5) na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, foi traído por gente de sua confiança. A suspeita é de investigadores da Polícia Nacional.

Integrante da “velha guarda” do tráfico na linha internacional, Gringo figurou na lista dos mais procurados da polícia paraguaia, foi acusado ordenar execuções na fronteira e de planejar o assassinato de agentes federais após a apreensão de meia tonelada de cocaína em sua fazenda.

Em 2021, chegou a ser preso em condomínio de luxo em Pedro Juan Caballero, mas logo depois foi colocado em liberdade. Em setembro do ano passado, o filho dele, Charles González Coronel, foi morto a tiros de fuzil em plena luz do dia no centro da cidade vizinha de Ponta Porã. Ao lado do corpo do filho, Gringo teria jurado vingança.

No mês seguinte, quatro brasileiros foram executados com tiros na cabeça em uma casa em Pedro Juan Caballero. Gabriel dos Santos Peralta, 16, Xilon Henrique Vieira da Silva, 20, Luan Vinícius Cândia da Silva, 17, e Jonas Wesley Morais Deterfam, 18, foram apontados como autores da morte de Charles González.

O Campo Grande News a partir dessa chacina, Gringo González entrou na mira do grupo rival e, para não ser localizado, trocava de endereço constantemente. Nos últimos meses, residia numa modesta quitinete no Bairro Obrero.

Poucos sabiam onde o traficante morava. Por isso a suspeita é de traição por parte de alguém ligado a Gringo. Ele estava sem segurança. “Alguém próximo a ele deve ter revelado onde Gringo estava escondido”, afirmou o comissário Ignacio Muñoz, chefe da Polícia Nacional em Amambay. O policial afirmou que Gringo era muito perigoso e sigiloso, que se mantinha escondido por estar ameaçado de morte.

Os indícios apontam para o envolvimento de facções brasileiras na execução de Gringo González. O carro usado pelos pistoleiros, um HB com placa de São Paulo (SP), foi encontrado em chamas a cerca de 3 km da quitinete onde o traficante foi morto com 37 tiros de pistola 9 milímetros e fuzil 7,62.

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