Emocionada, ré por arquitetar morte de jogador deixa cadeia
Justiça aceitou habeas corpus de Rúbia Joice na tarde de ontem; acusada vai morar com a avó no Paraná
Após oito meses de prisão, Rúbia Joice de Oliver Luvisetto, 21 de idade, teve a liberdade concedida e deixou o presídio no fim da tarde desta sexta-feira (5). Ela é acusada de participar da morte do jogador de futebol Hugo Vinicius Skulny Pedrosa, morto a tiros e esquartejado aos 19 anos, em Sete Quedas, município situado a 468 quilômetros da Capital.
Vídeo encaminhado ao Campo Grande News mostra o momento em que a suspeita deixa a unidade prisional. Acompanhada dos advogados, ela chega a colocar aos mãos sobre os olhos como sinal de "alívio".
Rúbia passou por audiência de instrução no dia 29 de março deste ano, na ocasião, ela confessou que presenciou o assassinato, mas não pediu socorro ou denunciou os culpados. A versão foi a mesma dita em depoimento na fase processual do caso. A jovem chegou a afirmar que se arrependeu da forma como agiu e que se tivesse procurado a polícia, ninguém estaria preso.
Ao fim da audiência, os advogados Felipe Azuma e Alberi Dehn, que atuam na defesa da jovem, entraram com pedido de liberdade provisória e nesta quinta-feira (4) a decisão foi proferida pelo juiz. No documento, o magistrado alega que até então não há indícios de que Rúbia tenha premeditado o crime ou armado emboscada com os outros réus para a execução do jogador.
A acusação sustentou a manutenção da prisão para garantir a aplicação da lei penal, apontando que a mãe e o padrasto de Rúbia morem no Paraguai, mas para o juiz não há risco de fuga, já que os dois são corréus no processo e prestaram depoimento na delegacia, bem como estiveram no Fórum de Sete Quedas para interrogatório.
Além disso, a defesa esclareceu que a ré vai morar com a avó na cidade de Umuarama, no Paraná, onde não há nenhum risco de fuga para o Paraguai. O que, para o juiz, garante a ordem pública, já que ela não estará na cidade onde o crime aconteceu.
A decisão abalou a família do jogador. Ao Campo Grande News, a tia de Hugo afirmou estar se sentindo "impotente" com a liberdade de Rúbia que, segundo ela, muda a versão do depoimento várias vezes.
"Hoje é um dia muito triste para mim. Ficamos dias sem dormir procurando o corpo do Hugo e ela falando comigo por mensagens todos os dias e fingindo que não sabia de nada. Agora, simplesmente vai ficar em liberdade? O Hugo não volta mais. Era como se fosse meu filho, eu o amava muito. Confesso que fiquei muito surpresa com essa decisão", disse Rose Skulny.