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Interior

Ex-modelo e militares estão entre investigados por tráfico de armas

Ao menos 20 pessoas tiveram a prisão decretada em território paraguaio no âmbito da Operação Dakovo

Por Helio de Freitas, de Dourados | 05/12/2023 09:45
Agentes da Senad separam armas apreendidas em operação nesta terça (Foto: Divulgação)
Agentes da Senad separam armas apreendidas em operação nesta terça (Foto: Divulgação)

Pelo menos 20 pessoas são alvos dos mandados de prisão cumpridos hoje (5) no âmbito da Operação Dakovo no Paraguai. Além do país vizinho, que tem 500 quilômetros de fronteira com Mato Grosso do Sul, a ação contra o tráfico internacional de armas cumpre mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e no Arkansas, nos Estados Unidos.

Entre os investigados em território paraguaio estão a ex-modelo argentina Julieta Nardi, o marido dela Diego Dirisio (donos da empresa usada nas importações) e vários militares de alta patente ligados à Dimabel, órgão do Estado paraguaio que controla a venda de armas naquele país.

Julieta e Diego são donos da IAS (Internacional Auto Suply), com sede em Asunción. As armas vinham de fábricas instaladas em cidades do leste Europeu, entre elas Dakovo, na Croácia. Em três anos, pelo menos 43.000 armas foram importadas pela IAS, com movimentação de R$ 1,2 bilhão. Grande parte foi destinada a facções criminosas brasileiras.

Segundo a imprensa paraguaia, Julieta Nardi não foi encontrada em seu apartamento e é considerada foragida. Também está na lista de presos o general Jorge Antonio Orué, ex-diretor da Dimabel. Investigação da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e da Polícia Federal brasileira revela que integrantes da Dimabel recebiam propina para legalizar as importações e posteriormente a remessa do armamento para o território brasileiro.

Também está preso o general do ar Arturo González, ex-comandante da Força Aérea do Paraguai. Na casa dele, os agentes da Senad encontraram fardos de dólares e armas.

Outro confirmado entre os presos é o doleiro paraguaio Ricardo Morra. Segundo as investigações, Morra e outro doleiro radicado nos Estados Unidos faziam parte do esquema para ocultar a movimentação de dinheiro, usando como estratégia remessas de baixo valor, para driblar os órgãos fiscalizadores. Ricardo Morra foi flagrado com pacotes de dólares, documentos e fuzis automáticos.

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