Ex-presidente da Câmara de Naviraí vai a júri por matar empresário em 2009
O ex-presidente da Câmara de Naviraí Laurentino Pavão de Arruda, 50 anos, que foi vereador por cinco mandatos naquele município, será julgado nesta terça-feira em Dourados (cidade a 233 km de Campo Grande) acusado de assassinar o empresário Manoel Peres Marques e de tentar matar a ex-mulher e então namorada de Manoel, Ana Maria de Oliveira.
Os crimes ocorreram na noite de 30 de junho de 2009, na frente da casa de Ana Maria, em Naviraí. Manoel foi ferido com sete golpes de faca. O ex-vereador é acusado de homicídio qualificado e pode pegar de 12 a 30 anos de prisão. Ele chegou a ser preso no ano do crime, mas está há quase cinco anos em liberdade aguardando o julgamento.
Laurentino será julgado em Dourados a pedido do Ministério Público para evitar interferência no resultado do júri. Tanto o ex-vereador quanto o empresário morto eram pessoas muito conhecidas e com grande influência política na cidade do Conesul.
O processo criminal contra Laurentino se arrasta há cinco anos no Poder Judiciário. Ele tem três advogados de defesa, um deles o deputado federal Fábio Trad. No dia 28 de agosto deste ano, Trad pediu o adiamento do julgamento alegando estar em campanha eleitoral, mas o pedido foi indeferido e o júri está confirmado para amanhã.
Crime e fuga – Segundo a investigação da polícia de Naviraí sobre o crime, Laurentino Pavão de Arruda tinha relação amorosa com Ana Maria desde que ela tinha 12 anos de idade. Após se separarem, ela começou a namorar o empresário Manoel Marques. O ex-vereador não aceitava o fim do relacionamento e tinha ciúmes da ex, segundo o inquérito.
Na noite de 30 de junho de 2009, o casal percebeu que Laurentino estava em frente à residência. Algum tempo depois, achando que o ex-vereador já tinha embora, Manoel e a namorada saíram para a frente da casa, quando ele teria sido atacado por Laurentino e morto a golpes de faca. Ana Maria também foi atingida pelos golpes do ex-marido.
Depois do crime, Laurentino Pavão de Arruda fugiu para o Paraguai e se escondeu em Capitán Bado, na fronteira com Coronel Sapucaia. Com a prisão decretada no Brasil, ele foi localizado no dia 28 de agosto de 2009, durante ação conjunta da Polícia Federal brasileira e Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai. Pavão estava hospedado em um apartamento no mesmo prédio onde funciona a sede de um site de notícias.
Em dezembro do mesmo ano, mesmo com parecer contrário do Ministério Público, o Tribunal Justiça de Mato Grosso do Sul revogou a prisão de Laurentino Pavão e ele ganhou o direito de aguardar o julgamento em liberdade. Em 2010 o MP recorreu e mais uma vez a 1ª Turma Criminal do TJMS manteve o ex-vereador solto.