Exame descarta morte de paciente por H1N1 e aponta hantavírus ou leptospirose
Deu negativo o exame feito com material de Oderlei Ribeiro dos Santos, 37 anos, morto na segunda-feira (1º) com suspeita de Gripe A (H1N1), em Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande. Em função dos sintomas, os médicos desconfiavam que ele poderia ter sido a segunda vítima do vírus neste ano. No dia 18 de janeiro, o policial militar aposentado Ismar Mosciaro Gomes, 53 anos, morreu com H1N1.
O diretor-técnico da Santa Casa, Domingos Albaneze, disse ao jornal Dário Corumbaense que há possibilidade de o paciente morto nesta semana ter sido vítima de hantavírus ou leptospirose. O hantavírus tem os mesmos sintomas da Gripe A e o problema respiratório que a doença gera é bastante severo. Serão necessários novos exames para detectar a causa da morte.
A secretária municipal de Saúde, Dinaci Ranzi, o coordenador da urgência e emergência, Emerson Moreira, e o diretor-técnico da Santa Casa informaram, em coletiva à imprensa, que até agora há 16 notificações para a doença e uma confirmação. Emerson disse que o estado de alerta para a Gripe A já existe em Corumbá, mas a situação não pode ser classificada como epidemia pelo fato de ter sido confirmado um paciente com H1N1.
Está sendo investigada a morte de uma terceira pessoa no final da tarde de quarta-feira (3), uma mulher que estava com quadro infeccioso pulmonar. “Os outros casos, ou deram negativos ou estão ainda em andamento. Todos os óbitos que ocorreram estão sendo investigados, tanto clinicamente, como foi feita coleta do material pós-morte. Todos os casos possíveis estão sendo avaliados junto a uma infectologista, Márcia Dal Fabbro, que está acompanhando com a gente esses casos”, disse o médico Emerson Moreira.
As famílias das duas pessoas que faleceram, o policial aposentado e Oderlei reclamaram que os pacientes foram atendidos e liberados pelos médicos, apenas sendo internados quando o quadro infeccioso já estava avançado. O diretor-técnico da Santa Casa disse que isso ocorreu não por erro médico, mas por uma peculiaridade da própria doença.
“Esse é o grande fator complicador dessa patologia. É que nós temos uma doença de evolução agressiva. O paciente começa com sintomatologia de gripe ou virose, evoluindo normalmente e em algum momento, essa patologia cria uma agressividade intensa e em 24 horas muda de um quadro benigno para um quadro extremamente grave”, afirmou Domingos.
Dinaci disse que as vacinas para todos os pacientes do grupo de risco, com doenças crônicas, gestantes, crianças e idosos já acabaram no município e espera pelo Ministério da Saúde que vai liberar novas doses somente em maio. A solicitação foi feita em dezembro, mas elas não são fabricadas antecipadamente porque é feito um estudo sobre o tipo da gripe que circulou no ano para liberação da fabricação da vacina do ano seguinte.