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Interior

Execução de irmãs pode motivar 'operação de impacto' na Máxima

Brutalidade do crime deve motivar Agepen e Sejusp a fazer com que mais uma varredura ocorra com o objetivo de minar poder de mobilização de facção criminosa no principal presídio do Estado

Rafael Ribeiro | 09/06/2017 09:52
Fabiana Baez : brutalidade da execução ordenada dentro de presídio assustou cúpula da Segurança (Foto: Reprodução)
Fabiana Baez : brutalidade da execução ordenada dentro de presídio assustou cúpula da Segurança (Foto: Reprodução)

A cúpula da segurança pública de Mato Grosso do Sul deverá decidir até o fim desta sexta-feira (9) se realizará ou não mais uma operação de impacto no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, depois que um detento do local teria ordenado a execução da ex-mulher por intrigas na escala de hierarquia do tráfico de drogas.

Fabiana Aguayo Baez, 23 anos, foi executada junto da irmã, Adriana Aguayo Baez, 28, na última quarta-feira (7), no bairro Obreiro, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Ambas foram decaptadas e tiveram o corpo incinerado em uma caminhonete.

A polícia do país vizinho aponta que o mandante do crime foi o ex-marido de Fabiana, Juliano Pereira, 39, atualmente cumprindo pena na Máxima. Uma de suas funções no PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios, seria cuidar do transporte e entrada das drogas no País vindos pelo Paraguai.


Segundo informações obtidas pelo Campo Grande News, uma reunião foi marcada para tratar de outra operação nos moldes da ocorrida em fevereiro. Na ocasião, Exército e agrupamentos de elite das polícias fizeram amplo trabalho de revista, com uso de detector de metais, cães farejadores e drones (aeronave não tripulada).

Pela gravidade do crime, o uso de aparelhamento desse nível é considerado aceitável na Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária).

“Por questões de segurança não podemos divulgar esse tipo de planejamento, dar esse tipo de informação. É sigiloso”, disse o diretor-presidente da agência, Aud de Oliveira Chaves, por telefone.


Policiais paraguaias e também das cidades da fronteira são esperados na Máxima até o fim desta tarde para interrogarem Pereira, que está em regime diferenciado desde que foi identificado como o principal suspeito do crime.

Apuração - De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, do SIG (setor de Investigações Gerais) de Ponta Porã, as investigações apontam que Fabiana teria “tomado as rédeas” das negociações de drogas, antes feitas pelo marido, o que acabou incomodando Pereira.

As investigações descobriram que as lideranças do PCC aceitaram o pedido do investigado pelo assassinato de Fabiano, com sua argumentação que estava havendo desvio de dinheiro do tráfico.

O caso foi para ‘julgamento’ da facção após Pereira tentar matar a ex-mulher dentro da Máxima quando ela anunciou a separação, há cerca de 30 dias.


Testemunhas já ouvidas pelas autoridades paraguaias apontaram que Pereira vinha ameaçando a jovem desde a separação, mas ainda não há certeza de que foi apenas pelo fim do relacionamento entre eles.

O caso - Fabiana e Adriana foram sequestradas no bairro Obreiro, em Pedro Juan Caballero. Elas estavam em casa quando homens armados e encapuzados chegaram em caminhonetes, invadiram o local, mataram o cachorro com três tiros de pistola 9 mm e levaram as irmãs.

Durante a madrugada, uma caminhonete Ford Ranger foi encontrada em chamas em uma estrada de terra de Pedro Juan Caballero, a 10 km da cidade, como mostra o vídeo abaixo. Os corpos sem cabeça foram carbonizados na carroceria da caminhonete.


Separadas dos corpos com uma motosserra e um facão, as cabeças foram localizadas nesta manhã. Elas estavam enroladas em saco de plástico preto e jogadas na mata, nas proximidades do local onde os corpos foram carbonizados.

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