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Interior

Falta profissional e sobra paciente no maior hospital público do interior

Promotores encontram superlotação, escassez de profissionais e falta de materiais e equipamentos no Hospital da Vida

Helio de Freitas, de Dourados | 31/08/2018 15:08
Hospital da Vida, em Dourados, atende pacientes de 30 municípios (Foto: Divulgação)
Hospital da Vida, em Dourados, atende pacientes de 30 municípios (Foto: Divulgação)

Faltam profissionais para atender tantos pacientes que se acumulam até em macas nos corredores do Hospital da Vida. Localizado em Dourados, é a maior unidade do SUS (Sistema Único de Saúde) do interior de Mato Grosso do Sul. Moradores de 30 municípios da Grande Dourados e da região de fronteira são atendidos no local.

Em fiscalização na noite de ontem (30), os promotores de Justiça Eteocles Brito Mendonça Dias Júnior e Ricardo Rotunno constataram uma série de irregularidades no hospital administrado pela prefeitura através da Funsad (Fundação de Saúde de Dourados).

A vistoria foi acompanhada por um perito do MPT (Ministério Público do Trabalho), por representante da Comissão de Saúde da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e representantes do Coren (Conselho Regional de Enfermagem).

Segundo o Ministério Público, a fiscalização ocorreu após Coren-MS denunciar as más condições do hospital e falta de profissionais de enfermagem para o atendimento da população. A situação da unidade é investigada em dois inquéritos civis do MP.

De acordo com a assessoria do MP, na área verde do hospital os promotores presenciaram nove pessoas alojadas no corredor, “sem condições minimamente adequadas para atendimento humanizado e sem nenhum profissional de enfermagem”.

Dentro da área verde foram encontrados 17 pacientes sendo atendidos por três técnicos de enfermagem. Já na área amarela eram cinco pacientes graves e somente dois técnicos e um enfermeiro.

A fiscalização constatou ainda falta de materiais, medicamentos e insumos como fita para medir a glicemia, excesso de pacientes em macas sem grades e nos corredores, aparelhos sem manutenção e infiltração de água.

“Mofo, paredes com pintura descascada, pias sujas, cano exposto e com vazamento, lixo aberto, aparelho de ar-condicionado sem higienização, dentre outras precariedades. Todos os problemas apontados pelo Conselho Regional de Enfermagem também foram constatados pelos promotores”, afirma o Ministério Público.

O presidente do Coren, Sebastião Junior Henrique Duarte, disse que a superlotação de pacientes, escassez de profissionais e a falta de alguns materiais e equipamentos representam a precarização do atendimento e fere os preceitos da segurança dos pacientes e dos profissionais. A prefeitura ainda não se manifestou sobre as denúncias.

Outro lado - A Funsaud informou que adequações já estão sendo feitas desde julho, quando o Coren fez a primeira visita ao hospital. Sobre o baixo número de funcionários, a fundação disse que a contratação é inviável neste momento devido à situação de emergência financeira da instituição.

A Funsau informa ainda que depende de emendas parlamentares para compra de equipamentos. Para resolver a falta de insumos, informa ter sido feito um processo simplificado de emergência. Já a licitação para compra de materiais e remédios continua em andamento.

 

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