Famílias deixam casas e são recebidas a tiros ao tentar invadir área particular
Pelo menos cem famílias, as últimas a deixarem loteamento do “Minha Casa, Minha Vida”, tentaram invadir lote no Distrito Industrial, mas foram repelidas a tiros; três pessoas foram detidas
As famílias que no dia 11 de abril invadiram moradias do programa “Minha Casa, Minha Vida” em Dourados, a 233 km de Campo Grande, tentaram acampar em uma área particular próxima ao Distrito Industrial da cidade e foram recebidas a tiros.
A informação é do comandante da Polícia Militar na cidade, tenente-coronel Carlos Silva. Segundo ele, as famílias que saíram do residencial Dioclécio Artuzi III se dirigiram para esse terreno em ônibus, caminhões e carros de passeio, mas três pessoas que estavam em um barracão existente na área dispararam tiros para evitar a ocupação. Os autores dos disparos foram detidos pela PM.
O repórter fotográfico Eliel Oliveira, do jornal Diário MS e do Campo Grande News, acompanhava o deslocamento das famílias até a área quando houve os tiros. As pessoas detidas seriam funcionárias do proprietário do terreno e moram no local para cuidar do depósito existente ali.
Os tiros foram disparados para o alto, mas houve tumulto e correria. Após serem repelidos à bala, os sem-teto permaneceram nas margens de uma estrada do Distrito Industrial sem saber para onde irem. Policiais militares estão no local procurando mais armas.
Pelo menos 200 famílias tinham saído entre domingo e ontem e as demais deveriam sair das casas hoje. Vigiadas de perto pela Polícia Militar, algumas saíram de manhã e outras deveriam deixar o residencial até o fim da tarde.
A reintegração de posse do loteamento foi concedida no dia 14 do mês passado pela juíza da 4ª Vara Cível de Dourados, Daniela Vieira Tardin. Na quinta-feira passada, o comando da Polícia Militar se reuniu com representantes das famílias e deu prazo até ontem para que deixassem as casas.
Hoje de manhã, o comandante do 3ª Batalhão da PM, tenente-coronel Carlos Silva, informou que o batalhão de choque já estava de prontidão na Capital, caso as famílias se negassem a desocupar as casas, que ainda não tinham sido entregues pela construtora contratada pela Caixa Econômica Federal. Os contemplados com as moradias foram sorteados no ano passado.