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Interior

Fogo se alastra pelo Pantanal e chega à ponte de Rota Bioceânica

Foco de incêndio foi iniciado na Ilha Maria e consumiu cerca de 30 hectares de vegetação

Por Mylena Fraiha | 09/06/2024 17:59
Fumaça é avistada próxima à construção da ponte da Rota Bioceânica (Foto: Divulgação/DPA)
Fumaça é avistada próxima à construção da ponte da Rota Bioceânica (Foto: Divulgação/DPA)

O incêndio no Pantanal tem se alastrado e já chegou à região de Porto Murtinho, a 439 km de Campo Grande, de acordo com a Diretoria de Proteção Ambiental (DPA) do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul. Imagens mostram a fumaça próxima à construção da ponte da Rota Bioceânica.

Segundo a DPA, na tarde de sábado (8), um foco de incêndio foi iniciado na Ilha Maria, localizada no Rio Paraguai. O combate direto às chamas foi feito no mesmo dia, utilizando mochila costal e soprador.

Cerca de 30 hectares foram consumidos pelo fogo. De acordo com os bombeiros militares, a região já possuía aceiros, que são desbastes de terreno em volta de propriedades, matas e coivaras, para impedir a propagação de incêndios.

Na manhã deste domingo (9), a equipe retornou ao local e observou que não havia mais focos. O local segue sob monitoramento devido ao risco de reincidência de incêndios na região.

Para combater as chamas, bombeiros utilizaram mochila costal e sopradores (Foto: Divulgação/DPA)
Para combater as chamas, bombeiros utilizaram mochila costal e sopradores (Foto: Divulgação/DPA)

Pantanal em chamas - Neste ano, a temporada de fogo chegou mais cedo do que o previsto, indicando uma crise sem precedentes em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Conforme noticiado anteriormente, os focos de incêndio nos dois estados, que já estavam com um aumento de mais de 900%, atingiram 1025% de alta nos dados atualizados dos seis primeiros meses do ano, comparados ao mesmo período de 2023.

O Rio Paraguai, artéria vital do bioma, enfrenta uma seca recorde, quase 3 metros abaixo de sua média habitual. Em Mato Grosso do Sul, onde estão 60% do Pantanal brasileiro, 698 focos foram registrados entre janeiro e junho de 2024, em comparação com apenas 62 no mesmo período do ano anterior.

Os números do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelam que o Pantanal já enfrenta o segundo maior índice de incêndios desde 2010. O primeiro ainda é o devastador ano de 2020, quando as chamas devoraram cerca de 4 milhões de hectares, equivalente a cerca de 26% do bioma.

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