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Interior

Força-tarefa prende 5 por duplo assassinato em ginásio; alvo de facção se salvou

Crime envolve guerra entre facções criminosas para o domínio do tráfico em Sonora, região de divisa com MT

Por Dayene Paz | 18/03/2024 17:46
Corpos das vítimas sendo retirados do ginásio onde o crime aconteceu. (Foto: Sidney Assis)
Corpos das vítimas sendo retirados do ginásio onde o crime aconteceu. (Foto: Sidney Assis)

Força-tarefa formada pela Força Tática, Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Especiais) e Garras (Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) prendeu cinco suspeitos por envolvimento nos assassinatos de João Vitor Oliveira de Souza, 21 anos, e o professor de futebol Jair Ferreira Jara, 49, em um Ginásio Poliesportivo na cidade de Sonora, a 362 km de Campo Grande. A guerra de facções criminosas deixou duas famílias órfãs. O alvo dos tiros sobreviveu.

O atentado ocorreu no fim da manhã de sexta-feira, 15 de março, e deixou a população de Sonora em choque. A dupla suspeita de efetuar os disparos chegou de moto no local e agiu na frente de crianças. João tentou sair do poliesportivo, mas foi atingido já na porta, por vários tiros de pistola.

Segundo uma testemunha, quando o professor viu a cena, tentou socorrer a vítima, mas ao perceber que ele tinha sido baleado, fugiu pelo campo de futebol, mas foi alcançado e também executado pelo atirador. Na sequência, a dupla fugiu.

O Campo Grande News obteve informações de que o alvo dos atiradores estava dentro de uma sala administrativa do ginásio, quando escutou barulho dos disparos. Ele correu, foi perseguido até o banheiro. O tiro pegou na camiseta dele, mas não o atingiu. O rapaz confessou que já integrou a facção criminosa CV (Comando Vermelho).

João Vitor, à esquerda, e Jair Ferreira, à direita, vítimas do homicídio. (Foto: Reprodução/Rede Social)
João Vitor, à esquerda, e Jair Ferreira, à direita, vítimas do homicídio. (Foto: Reprodução/Rede Social)

Prisões - Com apoio de imagens de câmeras de segurança, a polícia chegou a pelo menos seis pessoas, sendo cinco presas por envolvimento no crime. Os dois executores, João Pablo Kataguiri, 18 anos, e Wanderson Ferreira Alves, 26, foram encontrados em Coxim. Os comparsas pagaram Pix de R$ 400 para que um taxista os levassem até a cidade, pois não conseguiram pegar ônibus na rodoviária.

João Pablo e Wanderson têm passagens por tráfico de drogas, furto e receptação.

Os outros quatro envolvidos são os que deram apoio com logística, armas e na fuga. Eles foram presos em Sonora, sendo: Anderson Gomes do Nascimento, Henrique da Silva Medeiros e Kevin Willian Ferreira Martins.

Um menor de idade, que já estava sendo monitorado pela polícia por integrar o PCC e exercer papel de liderança, também é apontado como envolvido. Contudo, não há informações se foi apreendido.

A Polícia Militar confirmou que as informações são de que João e o professor não eram alvos dos criminosos. Foram, infelizmente, vítimas de uma guerra entre as facções criminosas PCC e CV pelo domínio do tráfico de drogas na região. Guerra que já fez quatro vítimas somente neste ano na cidade de Sonora.

Segundo o comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar em Coxim, responsável pela área de Sonora, tenente-coronel Adriano Rodrigues de Oliveira, o cenário atual é “briga de cachorro grande” e que desde sexta-feira, quando ocorreram as mortes do estudante e do professor, o policiamento aumentou para que a população se sinta mais segura.

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