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Interior

Grupo usava violência para receber dívidas para contrabandistas

Alvos de operação da PF eram contratados para cobrar compradores do cigarro paraguaio que sai de MS

Helio de Freitas, de Dourados | 16/08/2023 11:21
Agentes da Receita e da PF em um dos locais onde foram cumpridos mandados (Foto: Divulgação)
Agentes da Receita e da PF em um dos locais onde foram cumpridos mandados (Foto: Divulgação)

Alvos da Operação Collector, deflagrada hoje (16) pela Polícia Federal e pela Receita Federal, usavam de violência para cobrar devedores da Máfia do Cigarro radicada no Cone Sul de Mato Grosso do Sul, na faixa de fronteira com o Paraguai. Há anos, a organização criminosa fornece cigarro paraguaio para as grandes cidades brasileiras.

Nesta quarta-feira, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, 21 ordens de sequestro e suspensão de atividade de seis empresas, em Naviraí, Caarapó, Itaquiraí e Mundo Novo. Segundo a Receita Federal, que integra a operação, houve mandado também em São Paulo (SP).

Os alvos da Collector integram organização criminosa especializada na lavagem de capitais oriundos do contrabando de cigarros e de outros crimes fronteiriços. As investigações mostraram que foram constituídos dois grupos distintos, mas interligados, “cada qual com clara especialização e ramo de atuação próprio”.

O primeiro era responsável pela cobrança de dinheiro obtido na venda do cigarro contrabandeado. Esse grupo ficava incumbido de coletar dos “clientes” dos contrabandistas os valores correspondentes aos cigarros vendidos.

O pagamento tinha de ser feito em dinheiro, veículos ou imóveis e se fosse preciso, agia com violência para cumprir a missão. Se a cobrança fosse bem sucedida, o grupo ficava com 20% a título de comissão.

De acordo com a Receita Federal, o segundo grupo era responsável por fornecer veículos para utilização dos cobradores, bem como vender outros automóveis que a organização recebia como pagamento pelo cigarro fornecido.

Ao analisar dados fiscais e bancários acessados com autorização da Justiça, os investigadores descobriram que familiares e funcionários de revendedora de automóveis, além de outros “laranjas”, foram utilizados para blindar o patrimônio e ocultar os reais beneficiários das atividades ilícitas.

“No montante de centenas de milhões de reais analisado, foi identificada a circulação de valores incompatíveis com a capacidade financeira dos titulares dessas contas bancárias. Essas pessoas, apesar de residentes nas cidades localizadas na fronteira com o Paraguai, receberam valores de diferentes regiões do país, sem qualquer contrapartida fiscal”, informou a Receita Federal.

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