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Interior

Hospital que recusou pacientes fez mais internações que o previsto, diz diretor

Diretor do HR de Aquidauana defende reajuste em pactuação com municípios para superar crise que levou à recusa de pacientes

Humberto Marques | 14/05/2019 18:40
HR de Aquidauana fez mais internações mensais que o acordado com prefeituras, alega diretor. (Foto: Rhobson Tavares Lima/O Pantaneiro)
HR de Aquidauana fez mais internações mensais que o acordado com prefeituras, alega diretor. (Foto: Rhobson Tavares Lima/O Pantaneiro)

O Hospital Regional Dr. Estácio Muniz, de Aquidauana –a 135 km de Campo Grande–, aponta um número de internações 43% superior ao pactuado com prefeituras de sua microrregião, o que seria um dos motivadores à recusa de pacientes. A informação foi dada pelo diretor administrativo da unidade, Joacir Gomes, ao cobrar ajuda financeira dos municípios da região para regularizar a assistência médica.

Há cerca de uma semana, o hospital passou a recusar pacientes que superassem a cota fechada com municípios da microrregião de Aquidauana. O fato chegou à Secretaria de Estado de Saúde, onde o titular, Geraldo Resende, informou ao Campo Grande News um aporte extra de R$ 150 mil mensais para ajudar nas contas da unidade –que recebe cerca de um milhão ao mês.

“Todos esses municípios pactuaram uma quantidade preestabelecida de procedimentos com o hospital. Estamos atendendo normalmente os pactuados”, afirmou o diretor ao site O Pantaneiro, frisando que pacientes que não são de emergência são encaminhados de volta às cidades de origem. Já situações de urgência, afirmou ele, seguem sendo atendidas.

Gomes afirmou, ainda, são de 265 internações mensais previstas em contratos de fora de Aquidauana, mas o HR atende em média 380 pacientes de outras cidades. “O restante quem paga é o município de Aquidauana, com medicamentos, alimentos, rouparia, entre outros”.

Crise – Em entrevista, Joacir Gomes cobrou um reajuste nos procedimentos pactuados para ajudar a contornar a crise financeira no hospital. “O que estamos propondo é um reajuste, mas nunca conseguimos. Quem paga o excedente é o município que tem de arcar com isso e, consequentemente, o contribuinte de Aquidauana”.

Ele ainda admitiu duas folhas de pagamento em atraso e o 13º salário de funcionários, “que ainda não temos também. Chegamos a um colapso. Aquidauana não está conseguindo arcar com todos esses atendimentos sem o repasse dessas prefeituras”.

O diretor do hospital citou o contrato com a Prefeitura de Anastácio, que prevê a realização de dois partos ao mês, porém, o volume chega a 33 mensais. Ao mesmo tempo, aponta que não tem recebido os repasses mensais de R$ 30 mil do município vizinho para arcar com gastos de pacientes anastacienses.

A reportagem não conseguiu contatar a secretária municipal de Saúde de Anastácio para comentar as afirmações. A assessoria, porém, informou que os repasses foram realizados normalmente em 2018 e, neste ano, aguardavam a entrega da prestação de contas por parte do HR e de esclarecimentos posteriores da direção da instituição para serem retomados. O Conselho Municipal de Saúde vai analisar a documentação.

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