Indígenas querem que Funai investigue morte de liderança Kadiwéu
Indígenas se reúnem nesta quinta-feira (18), às 10h, em frente à sede da Funai (Fundação Nacional do Índio), em Campo Grande, para pedir que o órgão investigue a morte de Ademir Matchua, ocorrida na quinta-feira (11), na Aldeia Alves de Barros, em Porto Murtinho, a 431 quilômetros de Campo Grande. Segundo moradores, o ex-cacique de 42 anos foi atingido a tiros por opositores políticos. No mesmo dia, o indígena Orácio Ferraz, 26 anos, foi morto por vingança.
O sobrinho de Ademir, Lourival Matchua, pretende solicitar audiência com a coordenadora regional da Funai, Ana Beatriz Lisboa. Ele aponta dois servidores da CTL (Coordenação Técnica Local) da Funai em Bonito como participantes no assassinato do tio.
Segundo Lourival, que é presidente da Acirk (Associação das Comunidades Indígenas da Reserva Kadiwéu), desavenças entre os servidores da Funai e a comunidade ocasionaram a morte de Ademir e de Orácio. Ele afirma que servidores envolvidos na morte de Ademir Matchua não compareceram ao trabalho e a CTL de Bonito está fechada, sem atendimento à comunidade.
“Queremos trazer estabilidade e paz para a Reserva Indígena Kadiwéu. Estamos vivendo uma situação de conflito permanente e nossas vidas correm perigo”, alerta Lourival. O presidente da entidade, acredita que a intervenção da Funai, MPF (Ministério Público Federal) e Polícia Federal na região é essencial para a segurança dos moradores.