Índios repetem bloqueio na quarta e prometem ampliar protesto
Indígenas da etnia guarani-kaiowá que há dois dias fazem bloqueios na MS-156 prometem intensificar a manifestação nesta quarta-feira (27), quando ela chega ao seu terceiro dia. A comunidade reivindica a perfuração de dois poços artesianos na reserva de Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande.
O grupo tem trancado a pista pela manhã e liberado somente ao fim da tarde. A ação começou no domingo (24) e, conforme as lideranças, deve se repetir até que o poder público atenda à solicitação.
"Amanhã iremos para o terceiro dia de protestos e mais pessoas irão participar. Não temos como calcular quantos exatamente irão aderir, mas a cada dia que passa esse número aumenta. A rodovia continuará bloqueada até que tenhamos uma resposta. A partir das 7h vamos fechar a rodovia novamente e ela só será liberada quando tivermos a resposta", afirma o vice-capitão da aldeia Jaguapiru, Sílvio de Leão.
Segundo ele, a comunidade sequer teve um retorno por parte da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) do poder público sobre o assunto. Pelo menos quatro mil pessoas estão sendo prejudicadas há meses pela falta de água, conforme a liderança.
Problema - A falta de água nas aldeias Bororó e Jaguapiru é um problema antigo. O sistema de abastecimento implantado na reserva não funciona mais por falta de manutenção e os moradores não podem perfurar poços caseiros. 'Quem pode faz poço semi-artesiano, mas os outros têm que buscar água contaminada em córregos e lagoas”, afirma o vice-capitão Silvio Leão.
Alternativa - A MS-156 é a rodovia que liga a Itaporã e Maracaju e também principal acesso a cidades da região sudoeste, como Jardim e Bonito. Com o bloqueio, a alternativa para quem segue de Dourados para Maracaju é a BR-163, passando pelo município de Rio Brilhante. Outra opção é pela MS-164, passando pelo distrito de Vista Alegre.