Juiz decreta prisão de motorista que provocou acidente com morte na MS-270
Magistrado citou que não há “a menor possibilidade” de colocar autor em liberdade
O juiz plantonista Caio Márcio de Britto decretou a prisão preventiva de Edison Benitez Franco, 33, que provocou acidente com morte e dois feridos na noite de domingo (30) na MS-270, entre a cidade de Dourados e o distrito de Itahum. Teste de bafômetro mostrou que Edison estava bêbado.
Durante audiência de custódia nesta segunda-feira (1º), o magistrado afirmou não existir “a menor possibilidade” de colocar o autor em liberdade. Caio Márcio de Britto ainda citou como agravante o fato de Edison ser motorista profissional.
“Basta imaginar o que poderia ter acontecido se ele adotasse a mesma conduta irresponsável na condução de sua carreta, ou seja, sob a influência do álcool poderia ter tirado não só uma vida, mais várias vidas, que nos colocaria diante de uma tragédia ainda maior”, afirmou o juiz.
Edison dirigia um Voyage prata em alta velocidade e bateu na traseira do Fox preto, onde estavam dois irmãos gêmeos e a estudante Letícia Miotto Cavalheiro, 17. O Fox foi jogado contra uma carreta bitrem que seguia no sentido contrário.
Os dois jovens ficaram feridos e Letícia morreu no local. O Voyage saiu da pista e bateu em uma árvore. Edison fugiu sem prestar socorro às vítimas, mas foi preso por policiais militares rodoviários caminhando na margem da rodovia.
“Lendo os comentários nas redes sociais, é possível perceber o quanto este fato causou irresignação na população de Dourados e região, muitos chegando a comentar que o autor deveria ‘apodrecer na cadeia’. A prisão do autor se faz necessária, inclusive, para garantir sua integridade física, já que em liberdade, diante da irresignação da população, poderia vir a ser agredido em busca de justiça própria”, afirmou o juiz.
Morador no Parque das Nações II, em Dourados, Edison Benitez Franco foi autuado na Polícia Civil por homicídio culposo, mas o Ministério Público emitiu parecer apontando “forte indícios de ocorrência de crime doloso, na modalidade dolo eventual”.
“O que se tem de concreto e o que deve ser analisado sob o aspecto jurídico é que não há a menor possibilidade de colocar o autor em liberdade, já que é o típico caso da necessidade da prisão preventiva para a garantia da ordem pública. Importante deixar consignado que o autor é motorista profissional, categoria E, trabalhando como motorista de carreta, o que eleva ainda mais o sentido social da norma processual penal, especificamente para manter a ordem”, disse o magistrado.
Letícia e os dois irmãos gêmeos morava perto do local do acidente e seguiam para o núcleo urbano de Itahum. Ela cursava o terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Antonio Vicente Azambuja. Várias latas vazias de cerveja foram encontradas no carro de Edison.