Juiz que tentou evitar extradição de Pavão renuncia após escândalo
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Crescencio Ocampos, juiz de primeira instância em assuntos civis, comerciais e trabalhistas em San Estanislao, no Paraguai, renunciou hoje (29) ao cargo, dois dias depois de tentar impedir a extradição do narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão.
Na quarta-feira (27), Ocampos concedeu um habeas corpus genérico contra a extradição e determinou que Pavão só fosse entregue ao Brasil após o caso ser julgado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Na manhã seguinte a Corte Suprema do Paraguai manteve a ordem de reintegração e determinou a abertura de uma sindicância contra Ocampos. O Ministério Público também abriu uma investigação por prevaricação, que pode levar o agora ex-juiz, em caso de condenação, para a cadeia por até cinco anos.
No mesmo dia do habeas corpus, o juiz saiu de férias e desapareceu. Ontem, ele foi suspenso e hoje cedo renunciou em documento entregue à secretaria do Supremo Tribunal de Justiça.
Jarvis Pavão foi extraditado ontem para o Brasil e levado para o Presídio Federal de Mossoró (RN), onde teve a cabeça raspada – regra interna da cadeira – e vai ficar trancafiado 23 horas por dia durante os primeiros 30 dias no local.