Justiça e diálogo podem acabar com os conflitos em MS, diz deputado
Paulo Pimenta esteve nesta quarta na aldeia dos guarani-kaiowá que lutam pela demarcação de 12.900 hectares em Douradina
O deputado Paulo Pimenta (PT/RS), presidente da CDHM (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) da Câmara Federal, disse nesta quarta-feira (9) em Douradina, a 196 km de Campo Grande, que a Justiça e o diálogo são “o melhor caminho” para colocar fim aos conflitos por terra entre índios e produtores rurais de Mato Grosso do Sul.
“Estamos empenhados em buscar a paz por meio da Justiça”, afirmou ele durante visita à aldeia dos índios guarani-kaiowá que lutam pela demarcação de 12.900 hectares do território Panambi/Lagoa Rica, localizado na região do distrito de Bocajá, a cerca de 30 km de Dourados.
“O motivo da nossa visita é primeiramente trazer uma voz de solidariedade e de apoio ao povo indígena, mas que estimule as pessoas a acreditarem no diálogo e na Justiça”, declarou Paulo Pimenta, que estava acompanhado por uma equipe da Funai (Fundação Nacional do Índio).
Ataques – Na semana passada, cerca de 50 índios da aldeia visitada por Pimenta ocuparam uma fazenda na margem da estrada entre Douradina e Itaporã. Na sexta-feira à noite, produtores rurais da região foram ao local e expulsaram os guarani-kaiowá. O MPF (Ministério Público Federal) determinou instauração de inquérito policial para apurar a formação de milícia privada por parte dos fazendeiros.
O deputado criticou os ataques fazendeiros contra índios: “Não podemos deixar a lei ser desrespeitada e que as pessoas façam justiça com as próprias mãos".
As lideranças indígenas pediram apoio do deputado para o envio de policiamento para segurança da comunidade. Paulo Pimenta disse que vai intermediar essa solicitação e protocolar um pedido para que o Exército ou a Força Nacional se instalem naquela região, assim como ocorre em Antonio João, onde ele estará nesta quinta-feira (10).