Manifestantes acampam em escritório e hostilizam assessor de Geraldo
Grevistas recusaram encontro com deputado e querem reunião no meio da rua; eles cobram posição de tucano contra a reforma
Servidores públicos federais, estaduais e municipais e estudantes estão acampados em frente ao escritório político do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), na Rua Nelson de Araújo, Centro de Dourados. Depois da passeata pelas avenidas centrais contra a reforma da Previdência, os manifestantes se concentraram no local, onde duas tendas já tinham sido montadas no canteiro central.
De acordo com a organização do ato, que faz parte do dia nacional de paralisação contra as reformas da Previdência e trabalhista, os manifestantes vão passar o restante do dia e a noite no acampamento. “À tarde tem uma palestra aqui sobre a proposta do governo e vamos passar a noite”, afirmou um representante do sindicato dos professores.
Eles cobram de Geraldo uma manifestação pública de que vai votar contra o texto da reforma na Câmara dos Deputados e prometem fazer campanha contra o parlamentar tucano em 2018 se ele for a favor das mudanças defendidas pelo governo.
Servidor hostilizado – Durante os discursos de representantes do movimento, o ex-vereador Walter Hora, assessor de Geraldo Resende, foi até o lado de fora para fazer um comunicado em nome do deputado e foi hostilizado pelos manifestantes.
Walter Hora disse que Geraldo alterou a agenda que cumpriria na região de Bonito na sexta-feira (17) para se reunir com representantes do movimento. “Ainda não tem nada fechado sobre a reforma da Previdência e o deputado defende um grande debate sobre o assunto”.
Professor com histórico político de esquerda e militante dos movimentos sociais, Walter Hora foi vaiado e chamado de “golpista” pelos manifestantes.
Ronaldo Ferreira, presidente do Comitê de Defesa Popular e um dos coordenadores dos protestos em Dourados, lembrou que os movimentos se reuniram por duas vezes com Geraldo Resende para pedir que ele votasse contra a reforma. “O deputado disse que ia consultar a bancada. Não queremos mais conversa, queremos que ele fale se é contra ou a favor”.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Gleice Jane Barbosa, disse que os manifestantes só aceitam se reunir com o deputado no acampamento, no meio da rua, onde estão concentrados.
“Quem votar pela reforma não vai se reeleger em 2018. Deputados golpistas e safados querem tirar o dinheiro da Previdência. Sabemos que a Previdência é superavitária, mas eles querem esse dinheiro e querem tirar os direitos dos trabalhadores”, afirmou o representante do sindicato dos Correios.
Em Dourados, pelo menos 65 mil estudantes de universidades públicas e de escolas das redes estadual e municipal estão sem aula por causa da greve, que não tem data para ser encerrada. Alguns funcionários da saúde municipal também participam dos protestos, assim servidores dos Correios.