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Interior

Manifestantes protestam contra a municipalização da saúde indígena

Conselho indígena entregou ao Ministério Público uma nota oficial, pedindo uma intervenção, contrária a sugestão do Ministro da Saúde

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 27/03/2019 21:32
Manifestantes em uma das principais praças de Dourados, esta tarde. (Foto: Divulgação)
Manifestantes em uma das principais praças de Dourados, esta tarde. (Foto: Divulgação)

Com cartazes e faixas em mãos, dezenas de pessoas protestaram na tarde desta quarta-feira (27) na Praça Antônio João em Dourados, contra a proposta de municipalização da saúde indígena do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Além do protesto, representantes de aldeias de Amambai e Caarapó, profissionais de saúde e a própria comunidade indígena, entregaram ao Ministério Público uma nota oficial, pedindo uma intervenção, contrária a sugestão do ministro.

No documento o movimento repudia os posicionamentos e a proposta de Mandetta, e pede o devido respeito tanto a cultura quanto as especificidades dos indígenas. E ressalta toda a violência histórica sofrida pela população, seja física ou por meio da discriminação e o racismo.

“Não vamos permitir que os nossos direitos pagos com as vidas de milhares de indígenas sejam ignorados e feridos”, pontua a nota do Conselho Local de Saúde Indígena. Os povos criticam o fato de não terem sequer sido consultados pelo ministro, quanto a proposta, mesmo estando abertos ao diálogo. O documento foi assinado pelo presidente do Conselho Local de Saúde Indígena, Leóson Mariano Silva.

Municipalização – Logo após tomar posse no cargo em janeiro o Ministro da Saúde, sinalizou a municipalização da saúde indígena. Mandetta afirmou que desde 2013, quando o setor foi vinculado à pasta como Sesai (Secretaria Nacional de Saúde Indígena), estruturou-se um sistema baseado em repasses para ONGs e outras entidades do terceiro setor.

“Não nos parece a maneira mais adequada para controle ou para estruturar uma política permanente de saúde indígena”, afirmou, durante coletiva na época. Ele também afirmou que a logística para levar saúde às aldeias nunca teve a devida fiscalização.

Após o seu posicionamento ele chegou a ser recebido com protesto pela comunidade indígena e profissionais de saúde, durante visita a Dourados, no último dia 8 de março.

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