Médicos do HU fazem reunião e podem aderir à greve de servidores da UFGD
Administrativos e professores estão em greve há 26 dias e paralisação pode piorar atendimentos no HU de Dourados
Médicos que trabalham no HU (Hospital Universitário) de Dourados, a 233 km de Campo Grande, se reúnem nesta segunda-feira (22) com o comando de greve do Sintef (Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais) e devem aderir à paralisação de administrativos e docentes da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), iniciada há 26 dias.
A jornalista Stella Zanchett, responsável pelo serviço de comunicação do Sintef, informou hoje ao Campo Grande News que os médicos do HU estão em dúvida se podem ou não entrar em greve e decidiram chamar o comando da paralisação para uma reunião.
“Vamos explicar que, por serem técnicos administrativos, eles podem aderir à greve. No entanto, devem obedecer a escalas, de modo que o HU mantenha manter 50% do atendimento dos internados e 100% da UTI adulto, UTI pediátrica e atendimento da maternidade”, informou.
Caso os médicos entrem em greve, o atendimento no maior hospital público do interior de Mato Grosso do Sul ficará ainda mais comprometido, já que os profissionais poderão fazer 100% de paralisação no ambulatório, setor onde são feitas as consultas agendadas.
Leitos desativados – Na semana passada, a assessoria do HU informou que por conta da greve dos técnicos, incluindo enfermeiros, apenas 27 dos 50 leitos da clínica médica estavam ocupados e desde 8 de junho não estão sendo agendadas cirurgias eletivas.
A UFGD e o HU têm pelo menos 950 técnicos administrativos. Entre os grevistas estão funcionários dos setores administrativos da universidade e do hospital e profissionais de nível superior.
Na Câmara - Na noite de hoje, os grevistas vão participar da sessão da Câmara de Vereadores de Dourados. “É importante que estejamos em grande número, ocupando a Câmara, para enfatizar a importância que temos para o município. Além da contribuição na melhoria dos serviços em educação e saúde prestados à população de Dourados e região, os servidores da UFGD são responsáveis também por uma quantia interessante dos recursos que circulam no comércio local”, afirma o Sintef.
Stela Zanchet informou que, ao contrário do divulgado na semana passada, a greve na UFGD não vai prejudicar a matrícula dos estudantes do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), cujo período de inscrição termina amanhã.
O Sisu é o sistema informatizado do Ministério da Educação pelo qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem. Segundo a assessora do Sintef, a UFGD não tem nenhum curso com matrícula no meio do ano.
Reivindicações – Os administrativos reivindicam reposição salarial de 27,3%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem diminuição de salário, suspensão dos cortes orçamentos das instituições de ensino, fim da terceirização e melhoria de outros benefícios, como auxílio-alimentação.
As reivindicações nacionais dos docentes fazem parte de cinco eixos – defesa da universidade pública, condições de trabalho, autonomia das universidades, valorização salarial de ativos e aposentados e reestruturação da carreira dos docentes.