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Interior

Militar morre após treinamento e família acusa Exército de negligência

Com exaustão muscular, Edilsio Morais teve uma "hepatite fulminante", resultado de uma "arritmia cardíaca"

Adriano Fernandes | 17/02/2022 23:04
Edilsio Morais da Silva Filho, de 18 anos, no dia de sua formatura. (Foto: Reprodução/O Pantaneiro)
Edilsio Morais da Silva Filho, de 18 anos, no dia de sua formatura. (Foto: Reprodução/O Pantaneiro)

O militar do Exército, Edilsio Morais da Silva Filho, de 18 anos, morreu depois de participar de uma das sessões de treinamento do NPOR ( Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva) do batalhão do Exército de Aquidauana, município a 141 quilômetros de Campo Grande. A família acusa o exército de negligência e denunciou o caso à polícia.

De acordo com informações apuradas pelo site O Pantaneiro, desde segunda-feira (14), os alunos do NPOR estavam no internato. Todos os dias, pela manhã, eles realizavam atividades físicas e, em seguida, iam para as salas de aula. Ontem (16), Edilsio antes de realizar as atividades físicas, começou a passar mal com batimentos cardíacos acelerados.

Militar escrevendo redação utilizando lanterna. (Foto: O Pantaneiro)
Militar escrevendo redação utilizando lanterna. (Foto: O Pantaneiro)

Ele foi encaminhado ao Hospital Regional de Aquidauana, com quadro de exaustão muscular e acabou morrendo durante a noite. Conforme o atestado de óbito, Edilsio morreu por rabdomiólise, que é uma doença caracterizada pela destruição das fibras musculares, que levou a um quadro de hepatite fulminante, como consequência de arritmia cardíaca por desidratação.

Em contato com o site Pantaneiro o tio do rapaz, Jean Ricardo Brites de Assunção, de 47 anos, informou que as circunstâncias da morte estão sendo apuradas por inquérito policial, uma vez que a família acredita que houve negligência por parte dos militares do treinamento. O corpo de Edilsio Morais da Silva Filho foi velado e sepultado nesta quinta-feira (17), em Aquidauana. Dois dias antes da morte, Edilsio relatou à mãe como era a sua rotina no internato.

"Tenho que fazer uma redação de 50 linhas. Uma das meias que a sr (sic) bordou estava rasgada. Eles viram e tomei punição. A senhora pode me ajudar [a escrever]?", teria dito o jovem às 21h48 da terça-feira (15).

Ele também enviou um vídeo, que mostra o alojamento onde os alunos escreviam suas utilizando a luz de lanternas. O CMO (Comando Militar do Oeste) ainda não se manifestou sobre o caso.


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