Ministro conhece Sisfron e reclama de pouco dinheiro para Forças Armadas
Joaquim Silva e Luna conheceu projeto-piloto do sistema de monitoramento, atrasado por seguidos cortes de verba
O ministro da Defesa, general da reserva do Exército Joaquim Silva e Luna, cobrou mais recursos para as Forças Armadas brasileiras ao conhecer nesta quinta-feira (22) o projeto-piloto do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), em Dourados, a 233 km de Campo Grande.
“As Forças Armadas precisam de mais recurso, porque o que tem é insuficiente para dar prosseguimento maior ao projeto. [O Sisfron] se alonga por mais tempo por falta de um orçamento mais consistente, mais garantido”, afirmou.
Luna disse que por falta de mais dinheiro o projeto ainda não está totalmente integrado às demais forças de segurança pública, o que garantiria resultado prático na luta contra o crime. “Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e polícias estaduais precisam atuar juntas”.
De 2016 para 2017, o governo Michel Temer cortou pela metade o dinheiro injetado no Sisfron. O investimento passou de R$ 285,7 milhões para R$ 132,4 milhões.
Entretanto, Luna se mantém otimista com o futuro do sistema. “Vai avançar, agora vai prosseguir em direção ao sul, a outras fronteiras. Hoje vemos aqui o quando o projeto já evoluiu e o quanto se aprendeu em campo”.
Ao conhecer parte da estrutura do Sisfron espalhada no pátio da 4ª brigada de Cavalaria Mecanizada, como carros, armas e equipamentos de comunicação, o general da reserva elogiou a tecnologia empregada no projeto e se disse otimista com a expansão no futuro governo.
“Já fizemos contato com o futuro ministro da Defesa [general Fernando Azevedo e Silva], que já comandou o Estado Maior do Exército e conhece o projeto. As Forças Armas não tiram férias, não interrompem nada. A mudança do presidente da República e do ministro da Defesa não mudam nada nas Forças Armadas e nos projetos em curso”, afirmou o general.
MS por MT – Ao avaliar a complexidade da fronteira com o Paraguai, Joaquim Silva e Luna errou o nome do Estado: “a área de Mato Grosso é sem sombra de dúvida a mais sensível que temos no país, a mais vulnerável”.
Sobre os cortes de verbas que vão atrasar em pelo menos 13 anos a implantação nos 16 mil km de fronteiras brasileiras – a previsão inicial era de conclusão até 2022, mas só deve ocorrer em 2035 – o ministro afirmou que essa é a realidade.
“O Brasil tem necessidade de segurança, tem necessidade de cuidar da sua defesa, mas tem outras áreas com suas necessidades, como saúde e educação”, afirmou o general, complementando ter esperança que o projeto seja concluído em menos tempo.
Segundo ele, o SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações), lançado em maio do ano passado pelo governo brasileiro, vai impulsionar o Sisfron.
Luna disse que a partir de 2023 o satélite começa a mandar imagens de radares para todo o território nacional. “Vai acelerar de vez o Sisfron no país”. O ministro embarcou por volta de 13h de volta a Brasília.