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Interior

Morte durante procedimento estético é o 2º caso na mesma clínica clandestina

Danilda Victoria é massoterapeuta, mas faz procedimentos médicos ilegalmente

Helio de Freitas, de Dourados | 18/09/2020 11:40
A massagista paraguaia Danilda Victoria, que fez aplicação de hidrogel em estudante de Ponta Porã (Foto: Reprodução)
A massagista paraguaia Danilda Victoria, que fez aplicação de hidrogel em estudante de Ponta Porã (Foto: Reprodução)

A paraguaia Danilda Victoria Ruiz Díaz Suarez, 43, responsável pelo procedimento estético que provocou a morte da estudante brasileira Sheiza Ayala, 21, já tem antecedentes por caso semelhante.

No ano passado ela foi acusada de provocar a morte de uma estudante de veterinária em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS). Sheiza morreu ontem no Hospital Regional de Ponta Porã, onde morava.

O Campo Grande News apurou que Danilda é massoterapeuta especializada em atendimento a atletas, mas faz procedimentos estéticos que deveriam ser feitos apenas por médicos, como a aplicação de hidrogel à qual Sheiza foi submetida. A paraguaia atende em uma clínica clandestina em Pedro Juan Caballero.

Em março do ano passado, a estudante de veterinária Gloria Angélica Calonga, 24, morreu em sua casa durante aplicação de vitamina C nos glúteos. Assim como o hidrogel, o procedimento é usado para levantar o bumbum.

Conforme a Promotoria de Justiça do Paraguai, Gloria morreu em consequência da reação alérgica causada pelo coquetel aplicado. Danilda Victoria, responsável pelo atendimento domiciliar, disse que a estudante desmaiou antes de começar o procedimento.

A mãe de Gloria afirmou na época que a estudante já tinha recebido o produto na primeira sessão, dois meses antes da morte. “Minha filha não estava contente com o serviço, aí surgiu a possibilidade de aumentar a dose de colágeno que a levou ao túmulo”, disse Sebastiana Alfonzo Giménez, mãe da estudante.

Na época, Danilda se negou a prestar declarações. A promotora Liz Nadine Portillo disse que a autopsia encontrou líquido branco e viscoso nos glúteos da estudante paraguaia, além de seringas e frasco de anestésico na casa de Gloria. A massagista foi denunciada, mas o caso se arrasta na Justiça paraguaia.

Brasileira – Sheiza Ayala, que faria 22 anos em fevereiro de 2021, morreu ontem após se submeter ao procedimento estético na clínica clandestina em Pedro Juan Caballero, no dia 12 deste mês. O hidrogel que teria sido aplicado nela é usado para preenchimento e aumento de volume de glúteos e coxas.

No domingo ela começou a passar mal e foi internada. Inicialmente teria sido levada para unidade hospitalar do lado paraguaio da fronteira, mas devido à gravidade do caso foi transferida para o hospital de Ponta Porã, onde a morte foi confirmada ontem.

Sheiza chegou ao hospital com hemorragia e complicações pulmonares graves. A assessoria do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto informou que os detalhes sobre os sintomas e causa da morte são “sigilos do prontuário” e que somente a família poderia divulgar.

Polícia – Ao Campo Grande News, o delegado regional de Ponta Porã, Clemir Vieira, disse que os familiares de Sheiza ainda não procuraram a polícia para registrar ocorrência sobre a morte.

Segundo ele, como o atendimento ocorreu no Paraguai, só as autoridades paraguaias poderão investigar o caso. Entretanto, a investigação depende de denúncia dos familiares, através do Consulado brasileiro em Pedro Juan Caballero.

Sheiza morreu ontem em Ponta Porã após procedimento no Paraguai (Foto: Reprodução)
Sheiza morreu ontem em Ponta Porã após procedimento no Paraguai (Foto: Reprodução)


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