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Interior

Mortos pela polícia trabalhavam para Jarvis Pavão

Após a extradição do traficante para o Brasil, grupo se manteve unido e passou a praticar também assaltos e extorsões

Helio de Freitas, de Dourados | 17/12/2020 09:19
Arte produzida pela polícia mostra o organograma da quadrilha (Foto: Reprodução)
Arte produzida pela polícia mostra o organograma da quadrilha (Foto: Reprodução)

O grupo criminoso desarticulado pela polícia paraguaia nesta quinta-feira (17) em uma fazenda na região de Cerro Memby, no município de Yby Yaú, a 90 km de Mato Grosso do Sul, era formada por remanescentes da quadrilha chefiada pelo narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão, atualmente no Presídio Federal de Brasília.

Um dos principais traficantes de cocaína da Linha Internacional, Jarvis é de Ponta Porã e foi sócio de Jorge Rafaat Toumani. Depois teria se aliado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e foi acusado de tramar com a facção a execução de Rafaat, em junho de 2016.

Nos últimos três anos, no entanto, as quadrilhas viraram inimigas e várias pessoas ligadas a Jarvis Pavão forame executadas, supostamente a mando do PCC.

A operação – Pelo menos três suspeitos foram mortos hoje em confronto com policiais antissequestro e homens da FTC (Força-Tarefa Conjunta) na fazenda Índio Cue, que pertence a Jarvis Pavão, mas foi abandonada após a expulsão dele daquele país, em dezembro de 20117.

Outros cinco integrantes do bando foram presos. A Operação Sapukaí foi coordenada pelo Ministério Público do Paraguai.

Conforme o chefe do departamento antissequestro da Polícia Nacional, Nimio Cardoso, após Jarvis Pavão ser entregue à polícia brasileira, a quadrilha passou a ser comandada por outro brasileiro, Eduardo Montiel Cavalheiro, o “Dudu”, braço-direito do narcotraficante.

Eduardo foi executado por pistoleiro em julho do ano passado em Amambai (MS). Depois disso, o grupo se uniu aos irmãos Ozuna López – Fermin, Luis, Ever, Nestor e Alejo – e passou a se dedicar ao tráfico de maconha, sequestros, extorsão, assaltos e homicídios.

Ever Alejandro Ozuna López, apontado como o atual chefe da quadrilha, foi preso na operação de hoje. A polícia ainda não informou a identidade dos mortos e dos outros dois presos.

O chefe antissequestro afirmou que Ever Alejandro conta com cinco mandados de prisão, por homicídio, roubo e tráfico de maconha. Foragido do presídio de Concepción, é investigado também pelo sequestro da família Perotti, naquela mesma região do Paraguai, em novembro do ano passado.

Nimio Cardoso disse que a quadrilha dos irmãos Ozuna López também é suspeita de participação no confronto que resultou na morte do comissário da Polícia Nacional Rufino Acosta, em janeiro de 2019, na região de Capitán Bado, cidade vizinha de Coronel Sapucaia (MS).

“É um duro golpe para a quadrilha, que foi quase toda desarticulada. São bandidos bem estruturados, com armas pesadas”, disse Nimio Cardoso. Os policiais continuam na região do confronto atrás de outros membros do bando.

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