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Interior

MP abre inquérito sobre fazenda abandonada com mil bois

Pecuarista chegou a ser preso durante o resgate do rebanho, mas foi liberado após prestar depoimento

Por Gustavo Bonotto | 11/09/2024 21:11
Vista aérea mostra cabeças de gado desnutridas em fazenda abandonada. (Foto: Reprodução/PMA)
Vista aérea mostra cabeças de gado desnutridas em fazenda abandonada. (Foto: Reprodução/PMA)

O Ministério Público Estadual abriu, nesta quarta-feira (11), investigação diante das denúncias de maus-tratos aos 268 bovinos encontrados mortos e 716 desnutridos em situação de desnutrição em uma fazenda situada entre Coxim e Rio Verde de Mato Grosso. O pecuarista de 62 anos, dono da propriedade rural, prestou depoimento à polícia na segunda-feira (9) e foi liberado.

Conforme a nota enviada à imprensa, a Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente da Comarca de Rio Verde instaurou um inquérito civil e, ainda, notificou o proprietário rural a informar se foram adotadas medidas para fazer cessar a situação, encaminhando relatório e registros fotográficos que comprovem as providências.

Matheus Bukcer, Promotor de Justiça que assina o inquérito, também propôs a assinatura de um TAC (Termo de Ajuste de Conduta), com o objetivo de solucionar os danos ambientais, por via consensual.

O pecuarista chegou a ser preso pela PMA (Polícia Militar Ambiental) de Campo Grande. Conforme divulgado pela PMA, o autor confessou que abandonou a fazenda, alegando estar numa situação difícil, apesar de ter outras propriedades rurais. Ele não quis ver as fotos tiradas pela equipe policial que mostra as condições nas quais os animais foram localizados.

Ainda segundo a polícia, a fazenda se encontra em estado crítico: abandonada, sem água, pastagens ou qualquer outro alimento para os animais, com a situação agravada pela seca severa dos últimos dias. Os animais que ainda estão vivos foram encontrados “em um estado deplorável, extremamente debilitados, fracos, sem alimento, desprovidos de feno, sal e pasto, onde era possível ver a exposição do solo árido pela estiagem prolongada”, informou a PMA, por meio de nota.

Sem água e na tentativa de matar a sede, os animais entravam na área de preservação permanente do Rio Taquari,  mas como estavam fracos acabavam atolando no barranco e morrendo à míngua. “Ainda haverá a tentativa de arrebanhar o restante do gado, uma operação bastante complexa, uma vez que existem bovinos, vacas, bezerros, touros, demasiadamente fracos, sem forças para subir em um caminhão para serem transportados”, de acordo com o texto.

Durante a vistoria, os policiais ambientais tentaram socorrer alguns novilhos, fornecendo água de garrafas térmicas e retirando animais atolados em poças de lama. A operação contou com o apoio da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e do MPE (Ministério Público Estadual).

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