PMA usa drones para mapear fazenda onde bois foram encontrados mortos

Desde às 5h desta sexta-feira (6), equipes da PMA (Polícia Militar Ambiental) e da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) estão com drones na fazenda onde dezenas de bovinos foram encontrados mortos às margens do Rio Taquari, entre Coxim e Rio Verde de Mato Grosso. Há suspeita de que a propriedade foi abandonada e os animais deixados para morrer à míngua.

Conforme o capitão Anderson Abraão Elias, comandante da PMA de Coxim, o trabalho é minucioso e detalhado. As equipes estão com dois drones para fazer o mapeamento da área, saber o total de animais mortos e quantos estão atolados agonizando, quais são os limites da propriedade rural e se há animais debilitados que pertencem a outras fazendas da região. Até agora, 11 bovinos foram localizados mortos, mas pode haver muito mais.

Durante a vistoria pela propriedade, não foram encontrados sal, suplementos, feno ou cochos com água, o que levou a equipe a acreditar que o gado tenha se dirigido ao rio em busca de água, mas devido à fraqueza e debilidade, acabou atolando, não conseguindo sair. Alguns acabaram morrendo.

"A área é extensa e, por enquanto, não se sabe se o gado pertence a apenas uma fazenda ou mais. A gente vê essa situação com gravidade. O proprietário poderá ser autuado pelo crime de maus-tratos e multado em R$ 3 mil por cada cabeça de gado", explicou o capitão.

A Iagro e a PMA atuam de forma conjunta, verificando questões relacionadas à vacinação, identificação do proprietário e, caso outros animais sejam encontrados, avaliando a possibilidade de remoção. No entanto, a retirada pode ser inviável devido à fragilidade dos animais.

Segundo informado ontem (5) pela assessoria de imprensa da PMA, a primeira equipe que esteve no local encontrou galpão em aparente abandono e algumas cabeças de gado mortas, mas a fazenda é extensa com 22 mil hectares e, por enquanto, ainda não há confirmação de abandono. Alguns animais foram encontrados com identificação, feita por marcador de ferro quente, personalizado com a letra "K", mas há outros sem identificação.

O vídeo foi feito por pescadores na manhã de ontem. Na imagem é possível ver animais mortos e alguns vivos que estão magros, perdidos em meio aos barrancos de areia. "Esse aí está na beira do barranco. Vai morrer aí, não tem força para subir mais, está muito magro. Infelizmente, o fim dele é esse aí. Não tem comida, não tem mais nada", lamentou o pescador, que pediu para não ter o nome divulgado.

Segundo a PMA, após a apuração dos fatos e a identificação do proprietário, a multa prevista é de R$ 3 mil por animal, podendo ser aplicada diariamente caso a infração se prolongue. A pena pode variar de 3 meses a 1 ano de detenção.

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