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Interior

MPE proíbe culto em igreja por causa de barulho e fieis se reúnem em casa

Caroline Maldonado | 09/12/2014 15:27
Prédio em fase de acabamento era usado para realização de cultos (Foto: Divulgação)
Prédio em fase de acabamento era usado para realização de cultos (Foto: Divulgação)

Depois de uma queixa com relação ao som alto, uma igreja de Mundo Novo, a 476 quilômetros de Campo Grande, foi impedida de realizar cultos, até que consiga alvarás da prefeitura e do Corpo de Bombeiros. A direção da instituição já iniciou os tramites para regularização e espera retomar as atividades até janeiro.

Para contornar a situação, a Igreja Batista Boas Novas faz os cultos nas casas dos membros até que seja possível realizar as reuniões no templo, que está em construção. Apesar do transtorno, a direção da igreja não reclama e até desfruta da organização provisória, chamada de “Boas Novas de Casa em Casa”.

“Nós temos nos reunido em casas aos domingos, com isso a igreja perde a identidade de um local fixo, em que os visitantes tenham como participar. Então nesse contexto temos perdido, mas temos ganho na unidade do povo, mobilização da comunidade em torno de um projeto que é novo”, comenta o pastor responsável pela igreja, Wagner Valdez.

O pastor explica que como o prédio ainda não estava com todas as janelas instaladas o som, de fato, incomodou a vizinhança, mas a interdição se deu mesmo por conta da obra não estar com as licenças necessárias.

“Como temos o direito de culto, o MPE se embasou no contexto de estarmos em construção. Acredito que muitas igrejas funcionem da mesma forma, mas a agente acabou sendo percebido entre tantos outros na mesma situação por conta da reclamação do som”, diz o pastor, ao destacar que com a finalização da obra o som não será problema para a vizinhança, que tem residências e empresas.

O TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre a igreja e o MPE determina que a obra seja finalizada e obtenha o “habite-se” da prefeitura e alvará do Corpo de Bombeiros, que requer um projeto de segurança. A multa, caso a instituição realize reuniões na igreja antes da regularização, é de R$ 10.345 por dia.

A igreja, que tem o terreno há 14 anos, iniciou a obra do prédio em 2006. “Fazemos a construção em partes, somos diferente de uma empresa. Por mais que as pessoas não percebam, a igreja não é para enriquecer, mas depende da oferta, não tem capital de giro, não tem linha de crédito, nada disso”, justifica o pastor, quanto a finalização do prédio, que tem 640 m².

O pastor acredita que a exigência des alvarás do Corpo de Bombeiros e prefeitura se intensificou na cidade após o acidente que matou 242 pessoas na boate Kiss, no município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 27 de janeiro de 2013. “Acho que desde esse acontecimento eles passaram a exigir as licenças e acreditamos que é realmente necessário, por isso estamos já com pedido dos alvarás para voltar a realizar os cultos no templo”, pondera Wagner.

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