ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  19    CAMPO GRANDE 23º

Interior

MPF denuncia oficialmente empresário por vedar indígenas para vaga de emprego

Empresa divulgou oferta de trabalho em grupos de WhatsApp afirmando “dispensar indígenas para a vaga”

Viviane Oliveira | 20/08/2023 10:18
Descrição da vaga que circulou no WhatsApp em junho deste ano (Foto: reprodução)
Descrição da vaga que circulou no WhatsApp em junho deste ano (Foto: reprodução)

O MPF (Ministério Público Federal) denunciou à Justiça Federal o proprietário da empresa Nohall Empreendimentos e Comunicação Visual, em Amambai, distante 360 quilômetros de Campo Grande, por negar vaga de emprego a indígenas por motivo de discriminação e preconceito de raça, cor ou etnia. Pelo crime, a Lei do Racismo prevê de 2 a 5 anos de reclusão.

O caso aconteceu no início de junho deste ano, quando o sócio-administrador da empresa divulgou, em grupos de WhatsApp, oferta de emprego para auxiliar de serviços de comunicação visual, afirmando “dispensar indígenas para a vaga”.

Segundo dados do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul), o município tem a segunda maior população indígena do Estado. Ao ser ouvido pela autoridade policial, o empresário confirmou ser o proprietário e único administrador da empresa. Ele confessou ter sido o responsável pela publicação em grupos de WhatsApp em que oferecia vagas de emprego, mas excluía indígenas.

Conforme o MPF, é nítida a prática de discriminação e preconceito contra indígenas pelo empresário ao divulgar a oportunidade de emprego, mencionando que dispensava indígenas para a vaga. Na denúncia, o procurador da República Marcelo José da Silva ressalta que a Constituição Federal prevê o princípio da igualdade, vedando distinções de qualquer natureza. Sobre as relações de trabalho, a Constituição proíbe diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

Além da responsabilização criminal do empresário, a Nohall Empreendimentos e Comunicação Visual assinou, em junho, Tac (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público do Trabalho pela divulgação do anúncio ilícito. O acordo prevê o pagamento, pela empresa, de R$ 6 mil, a título de dano moral coletivo, além do compromisso da Nohall em não realizar qualquer ato discriminatório entre trabalhadores indígenas em relação a oportunidades de emprego.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias