Bate e volta tem visita a museu com itens da 2ª Guerra e bandeira nazista
Acervo histórico dos 1º combatentes agora é uma opção para quem visita Aquidauana e suas histórias
O Museu Marechal José Machado Lopes, do 9º °Batalhão de Engenharia de Combate de Mato Grosso do Sul esconde troféus históricos sobre a participação das tropas brasileiras, saídas de Aquidauana, na 2º Guerra Mundial. Entre elas está a bandeira alemã com a suástica de Hitler, símbolo da conquista brasileira sobre os nazistas.
O município, localizado a 141 quilômetro de Campo Grande celebrou os 80 anos da Feb (Força Expedicionário Brasileira) na sexta-feira (28). Durante a comemoração, foi feita a reinauguração do museu. O local possui cerca de dois mil itens de guerra. Entre os objetos estão cantis, armas, roupas, bandeira da 1º expedição, fotografias de diversos momentos dos expedicionários sul-mato-grossenses e até a imagem da Santa Teresa, padroeira da tropa.
A museologista Kauanna Vasconcelos, 1ª tenente, explicou ao Campo Grande News que o espaço em homenagens aos combatentes existe há 15 anos, mas a disposição dos itens foi modificada. Ela pontua que o museu está em Aquidauana por ter sido a cidade onde os combatentes saíram rumo ao Rio de Janeiro e posteriormente à Itália, onde viriam a presenciar a derrota dos alemães em 1945.
“O acervo, que vai sendo exposto de maneira rotativa, tiramos algumas coisas, colocamos outras pra ter sempre o que ver. A bandeira nazista é o símbolo desse museu, que está aqui porque esse é o único batalhão febiano do CMO (Comando Militar do Oeste). A gente considera o batalhão que foi pra guerra. Juntamos todo acervo em um lugar só pra ter recurso e história em um lugar só”.
Ela comenta que antes a bandeira alemã era exposta de forma completa, mas há uma restrição do exército em relação à apresentação da suástica de Hitler agora. “A gente tenta não expor ela aberta para não ser tirado de contexto. Aqui tem objetos que os soldados foram doando, a família e o monumento do desembargador Contar, que tem os nomes de todos os combatentes que foram à 2ª guerra, os que morreram e os que voltaram. Ele foi feito após eles passarem pelos arcos da Itália”.
Conforme o documento de apreensão da bandeira alemã, o objeto foi encontrado às 10h, do dia 30 de maio de 1945, na região de Ponte de Scogna, pelo 2º sargento Meroveu Abreu Pereira, do 6º pelotão. Ele apreendeu a viatura inimiga que se dirigia para o campo de concentração, vinda da região de Fornovo, após a rendição das tropas alemãs e fim da guerra.
Os soldados brasileiros trouxeram a bandeira como símbolo da vitória e um lembrete do que aconteceu em campo. A bandeira, que representa o regime fascista, já esteve no museu em Curitiba, porém, foi trazida para Aquidauana porque foi uma conquista do batalhão local.
Além da bandeira nazista, há também outros troféus de guerra como as águias do ditador Mussolini e os itens que eles ganharam, como a cobra em mármore, equipamentos que usavam na construção da ponte Bailey, medalhas e espadas. Segundo a museóloga, apesar do tempo decorrido, a bandeira alemã está com avarias ínfimas para idade que tem.
As fotografias mostram o que aconteceu no passado, além da conquista da bandeira e da construção da ponte Bailey, a conquista de Monte Castelo, soldados do regimento Sampaio escoltando prisioneiros alemães capturados em Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945. Recortes de jornais da época que anunciavam o fim da guerra também estampam as paredes, assim como registros de enfermeiras cuidando dos feridos.
“O museu é para simbolizar toda história do batalhão e traz os objetos que esses homens foram e nos trouxeram a recordação desse momento. É importante pra cidade pra deixar uma história de bravura pras gerações. Pras crianças é importante porque é registro vivo do que elas veem nos livros, elas conseguem ver a história de maneira concreta, materializada. Recebemos hoje a maior parte das visitações de escolas”.
Ponte Bailey - Ao todo, mais de 25 mil militares da FEB cruzaram o Oceano Atlântico para se juntar ao esforço aliado no combate ao totalitarismo na Europa. Nesta sexta, cerca de 100 pessoas estavam envolvidas com a apresentação, entre soldados em campos e linha de produção. Foram dois meses de ensaio para a encenação que recriou a construção da ponte Bailey, em 1945, Itália.
A Bailey ou LSB (Logistic Support Bridge), em português Ponte de Suporte Logístico, é uma estrutura metálica moderna e versátil. Isso porque ela é um importante suporte logístico que pode ser montada e desmontada de forma rápida e eficiente. A estrutura suporta até 80 toneladas e pode cobrir uma área de 60 metros, ou duas áreas de 30 metros.
Visitação - Para conhecer o Museu não é preciso marcar horário. Ele está aberto de terça a quinta-feira, das 15h30 às 17h30 e sexta a domingo, das 9h30 às 11h30.
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