Caindo aos pedaços, árvore destrói casa histórica de R$ 1 milhão
Local virou alvo briga judicial, foi vendida à igreja em 2021, e colocada à venda novamente três anos depois
A casa histórica localizada no cruzamento das ruas Antônio Maria Coelho e 13 de Maio, no Centro de Campo Grande, viveu mais um episódio na lista de abandono do imóvel que cai aos pedaços há 20 anos. Depois da chuva desta sexta-feira (17), parte de uma árvore cedeu e destruiu o pouco que restava da parte da frente da casa. O imóvel é tombado pelo município em 2018 e está avaliado em R$ 1 milhão.
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Uma casa histórica tombada em Campo Grande, avaliada em R$ 1 milhão e pertencente ao ex-vereador Paulo Pedra, sofreu mais danos após a queda de parte de uma árvore. Abandonada há 20 anos, a residência, vendida à Igreja Palácio de Deus em 2021, não foi restaurada devido aos altos custos e exigências da prefeitura para a recuperação do imóvel, que a igreja tentou transformar em abrigo para moradores de rua. Diante da inviabilidade da restauração, a propriedade foi colocada à venda novamente em 2024.
O taxista, Mário Vilela, de 52 anos, passava pelo local quando viu a cena. Ele informou à reportagem que a queda aconteceu por volta das 13 horas deste sábado (18). Em 2021 a residência chamada de Vivenda Ignácio Gomes, foi vendida para a igreja Palácio de Deus. A ação gerou problemas.
Por se tratar de um imóvel tombado, o proprietário deveria arcar com o restauro. Ignorando decisões judiciais há anos, o ex-vereador deveria ter cumprido a sentença de 2019, que o obrigava a recuperar, sem prejuízo, à arquitetura original. Segundo Ministério Público Estadual, Pedra deveria ter apresentado à então Sectur (Secretaria Municipal de Turismo) o projeto de recuperação da casa abandonada em 2020.
O imóvel foi construído na década de 1920, o prédio foi considerado como patrimônio da cidade após um longo impasse entre o município e o dono do imóvel. A área foi comprada pela igreja em 2019, o objetivo era usá-la para criar um abrigo para moradores de rua, onde pudessem comer, trocar de roupa e tomar banho.
Segundo o pastor Gilberto Martins Reginaldo, o empreendimento foi “por água abaixo” ao se deparar com o valor a ser investido para a restauração.
Ninguém conseguiu arcar com a restauração e o espaço foi colocado novamente à venda em 2024. Segundo o pastor, além é caro para recuperar o que foi investido na compra (R$ 420 mil), é uma tentativa de poder arranjar algum empresário ou pessoa que tenha condições e queira restaurar o imóvel aos moldes de um bem tombado.
“É inviável o que o município pede. Querem que restaure cada detalhe da casa, e isso custa um valor muito alto. O arquiteto avaliou em R$ 1 milhão, isso em 2019. Disse que tinha que trazer tijolo não sei de onde. A massa tinha que ser assim e assado. Uma burocracia muito grande”, lamentou".
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