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Interior

Nomeado bispo hoje, padre Henrique tem desafio de pacificação

Dom Redovino Rizzardo esteve no comando do governo episcopal da diocese durante 14 anos

Caroline Maldonado | 21/10/2015 11:54
Padre Henrique Aparecido de Lima é o novo Bispo da Igreja Católica, em Dourados (Foto: Divulgação)
Padre Henrique Aparecido de Lima é o novo Bispo da Igreja Católica, em Dourados (Foto: Divulgação)

O padre Henrique Aparecido de Lima é o novo Bispo da Igreja Católica, em Dourados. Ele, que atuou um ano como superior provincial dos Redentoristas, foi nomeado pelo Papa Francisco nesta manhã. O padre sucede Dom Redovino Rizzardo, que esteve no comando do governo episcopal da diocese durante 14 anos. No ano passado, ele completou 75 anos, idade limite para apresentar sua renúncia do cargo.

Hoje (21), às 18h, o novo bispo celebra a novena perpétua no Santuário Nossa Senhora Perpétuo Socorro, em Campo Grande. Os redentoristas da Província de Campo Grande estão reunidos hoje em Assembleia Provincial no Instituto São José, na Capital.

Dom Redovino disse que o novo bispo terá como desafio a luta pela pacificação entre índios e agricultores em Mato Grosso do Sul. Em entrevista ao jornal O Progresso, ele falou que termina sua missão com sentimento de tristeza por não ter visto o Governo Federal resolver de vez a situação agrária no Estado, por outro lado está alegre pelas conquistas que a igreja teve ao longo dos últimos anos. Redovino está em tratamento contra o câncer e deve permanecer em Dourados durante seu tratamento.

“Muitas vezes chegamos a ser interpretados de forma equivocada, mas nunca fomos contra este ou aquele. Somos a favor de um entendimento para que o derramamento de sangue cesse em nosso Estado. Temos que deixar claro que a igreja apoia índios e fazendeiros que dependem da terra para sobreviver e esperávamos que o governo fizesse justiça, o que não ocorreu até hoje”, comentou Redovino.

Neste mês, a deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB), acusou Redovino de ser conivente com campanha de boicote à compra de grãos e carne de MS por outros países, encabeçada por movimentos sociais. Ela preside a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cimi (Conselho Indigenista Missionário). Os parlamentares apuram se o órgão, ligado à Igreja Católica, incentiva conflitos entre índios e fazendeiros.

Dom Redovino disse que o novo bispo terá como desafio a luta pela pacificação entre índios e agricultores (Foto: Diário MS)
Dom Redovino disse que o novo bispo terá como desafio a luta pela pacificação entre índios e agricultores (Foto: Diário MS)

Fazendo referência também a CPI do Genocídio, Redovino rebateu as críticas. “As duas CPIs vão se fundir, vão se ajudar, se é que vão chegar a algum lugar, porque a maioria das CPIs no Brasil sempre termina numa gostosa pizza, porque cada um procura seus interesses. Eu acho que as duas CPIs não vão dar em nada”, disse ele, que defende o pagamento de indenização pelas terras indígenas. A investigação do genocídio é voltada para a ação/omissão do Estado nos casos de morte e violência praticada contra os povos indígenas entre 2000 a 2015.

Dom Henrique - O novo bispo de Dourados, padre Henrique Aparecido de Lima, nasceu em 28 de julho de 1964, na cidade de Assis Chateaubriand, no Estado do Paraná. Na juventude, ingressou no Seminário de Santo Afonso da Congregação do Santíssimo Redentor. Em maio de 1999, emitiu os votos solenes, sendo ordenado sacerdote em 21 de novembro do mesmo ano.

Na trajetória no sacerdotal, o padre atuou na paróquia redentorista de Ponta Porã e como pároco de Aquidauana. Durante seis anos foi membro do Conselho de Consultores Diocesanos de Jardim e administrador diocesano, de 2007 a 2008. No ano seguinte, ele foi eleito vigário da província e, em outubro de 2014, assumiu como provincial dos redentoristas de Campo Grande.

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