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Interior

Operação da PF mira contrabandistas de agrotóxicos e empresas

Mandados estão sendo cumpridos em todo o Brasil; em MS, alvo está em Mundo Novo

Dayene Paz | 20/10/2022 07:01
Carros da PF saindo para Operação Terra Envenenada. (Foto: Divulgação / PF)
Carros da PF saindo para Operação Terra Envenenada. (Foto: Divulgação / PF)

Contrabandistas de cigarros e agrotóxicos, também empresas agropecuárias de todo o País estão na mira da PF (Polícia Federal), que desencadeou na manhã desta quinta-feira (20), a Operação Terra Envenenada. A investigação apontou que os alvos estavam enriquecendo ilicitamente, inclusive, ostentando vida de luxo. Em Mato Grosso do Sul, mandados são cumpridos em Mundo Novo, a 463 km de Campo Grande.

Conforme a PF, a investigação durou aproximadamente sete meses, período em que a investigação conseguiu identificar um número expressivo de carregamentos de cigarros e agrotóxicos ilegalmente importados.

O grupo se dividia em três camadas: a primeira, baseada em Terra Roxa, onde residiam os principais líderes e integrantes operacionais do grupo, responsáveis por trazer para o Brasil o agrotóxico pelo Rio Paraná e armazená-los em chácaras e sítios da região; a segunda, composta por intermediários, sediados em municípios um pouco mais afastados da fronteira, responsáveis por promover o transporte e segurança das mercadorias; e, por fim, uma terceira camada, composta basicamente por empresas agropecuárias, que adquiriam os defensivos dos contrabandistas para revenda.

Além de efetuar a distribuição dos produtos ilícitos no oeste do Paraná, também foram identificados grandes carregamentos dos produtos contrabandeados sendo entregues a empresários nos estados da Bahia, Tocantins, Maranhão e Minas Gerais.

Conforme a Polícia Federal identificou, os alvos enriqueceram, o que permitiu a compra de imóveis, automóveis, entre outros bens de alto valor. Além disso, ostentavam armas de fogo e vida de luxo, com bebidas caras e camarotes em casas noturnas. Portanto, além dos mandados, a ação tem como objetivo descapitalizar o grupo, tendo sido determinado o sequestro de bens móveis e imóveis ligados a 36 investigados, bem como o bloqueio de contas em nome das pessoas físicas e jurídicas vinculadas, em especial dos líderes.

Nesta manhã, foram mobilizados cerca de 200 policiais federais para o cumprimento de 58 mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra (PR). Além de MS, os 34 de busca e apreensão e 24 de prisão preventiva, são cumpridos nas cidades paranaenses de Terra Roxa, Umuarama, Amaporã, Alto Piquiri, Iporã, Jardim Alegre, Campo Mourão; No Rio Grande do Sul, em Nova Prata; No Tocantins, em Palmas e na Bahia, em Luís Eduardo Magalhães.

Os envolvidos responderão por contrabando, comércio e transporte de agrotóxicos em descumprimento às exigências estabelecidas na legislação pertinente e participação em organização criminosa. Esses crimes possuem penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 16 anos de prisão.

A operação foi batizada de Terra Envenenada em razão das atividades de introdução, transporte e revenda de agrotóxicos ilegais, os quais causam prejuízos ambientais e trazem riscos gravíssimos às pessoas que manuseiam esse tipo de produto e à população que consome os alimentos nos quais são utilizados.

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