Paralisação de auditores da Receita Federal barra 120 caminhões na fronteira
Auditores fiscais e analistas tributários fazem, pelo terceiro dia, paralisação em todos os postos e delegacias da Receita em MS
Pelo menos 120 caminhões carregados com cargas de importação e exportação estão parados hoje (21) nos postos da Receita Federal em Corumbá e Ponta Porã, na fronteira do Brasil com o Paraguai, e em Mundo Novo, na divisa com o Paraná.
No terceiro dia da paralisação nacional por reajuste salarial – que acontece desde a semana passada às terças e quintas – os auditores fiscais e analistas tributários não estão liberando as cargas como forma de protesto para pressionar o governo federal a editar uma medida provisória com o reajuste salarial, firmado em acordo, em março deste ano.
A mobilização ocorre em todas as delegacias e postos do órgão federal no país, mas nos postos da fronteira a situação é mais complicada por causa das cargas que entram e saem do país.
Em Ponta Porã são pelo menos 50 caminhões parados no pátio e nas ruas próximas ao posto da Receita. Outros 40 estão parados em Corumbá e pelo menos 30 em Mundo Novo, onde, segundo a auditora fiscal Yone de Oliveira o número é menor porque os despachantes nem estão mandando as cargas porque sabem da paralisação.
“É difícil estimar a quantidade de caminhões parados, pois ficam espalhados nas proximidades da Inspetoria e muitos estão parados no Paraguai. No quarteirão da unidade devem ter por volta de 50 caminhões, incluindo os que estão no nosso pátio. Em dias normais circulam até 100 caminhões na nossa unidade”, afirmou ao Campo Grande News Ronan Costa Pereira, auditor fiscal da Receita em Ponta Porã.
Segundo ele, apesar de não existir um levantamento do montante que o Fisco deixou de arrecadar nesses dias de paralisação, os prejuízos são altos, principalmente tributários e cambiais.
“Seguindo a orientação sindical, a mobilização evita atingir a população diretamente. Na nossa unidade, por exemplo, mantemos sem alterações o atendimento aos viajantes no setor de bagagem, além do tratamento de cargas perecíveis e medicamentos, que estão fora das ações da paralização”, explicou Ronan Pereira.