Paralisação de professores deixa 35 mil estudantes sem aula hoje
Escolas municiais e estaduais não abrem nesta quinta em Dourados; educadores participam de seminário de manhã e protestam à tarde
Pelo menos 35 mil estudantes do ensino fundamental e médio estão sem aula hoje (17) em Dourados, a 233 km de Campo Grande, em decorrência da paralisação dos professores e servidores administrativos das escolas. A mobilização é nacional e começou terça-feira (15), mas na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul os educadores decidiram fazer apenas um dia de protesto, segundo eles para não prejudicar ainda mais o calendário de aulas.
Alguns pais que não sabiam da paralisação chegaram a levar os filhos para a escola, como ocorreu em um estabelecimento de ensino do Jardim Água Boa. Maria de Fátima Souza levou a filha de sete anos para a escola, mas teve de voltar para casa com a criança. “Não vou poder trabalhar hoje de manhã”, afirmou ela.
A paralisação convocada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) exige o cumprimento da lei do piso nacional do magistério, cobra o fim da terceirização e da entrega das escolas às OSs (Organizações Sociais) e protesta contra o parcelamento de salários.
Como parte das atividades do dia de paralisação, os professores de Dourados participam nesta manhã de um seminário no auditório do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação), com o tema “Os reflexos da privatização da Petrobras na educação em Dourados e Mato Grosso do Sul”.
O palestrante é o secretário de comunicação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e petroleiro Roni Anderson Barbosa. O debatedor é o doutor em história e ex-reitor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Damião Duque Farias.
De acordo com a assessoria do Simted, às 15h desta quinta tem ato público em defesa da educação, na Praça Antonio João, Centro de Dourados. “O movimento tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para os riscos que a educação pública está correndo, com os projetos de terceirização tramitando no Congresso Nacional e a reorganização e militarização de escolas, dentre outras tentativas de retiradas de direitos”, afirma a assessoria.