Após primeiro dia de greve fraco, professores mantêm manifestações
O segundo dia de greve dos professores da Reme (Rede Municipal de Educação) de Campo Grande começou tímido. A ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) ainda não tem números de professores e escolas que aderiram a paralisação, mas ontem (15) a manifestação teve apoio de apenas 800 profissionais e apenas 20 das 94 escolas sem aulas. A expectativa é de que hoje (16), as escolas da REE (Rede Estadual de Educação) também paralisem as atividades, e a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação) participe do protesto.
"Não temos dados, não fizemos levantamento. Mas esperamos que hoje o número de professores no protesto seja maior", afirmou a vice-presidente da ACP, Zélia Aguiar.
Os professores começaram a se reunir na sede da ACP, na Rua Sete de Setembro, no Centro da Capital. A previsão é de que os profissionais façam uma caminhada que vai passar pela Rua Rui Barbosa, Avenida Afonso Pena e ruas 14 de Julho, Marechal Rondon, 13 de Maio e retornar a ACP.
A greve tem previsão de terminar amanhã (17), com um protesto na Câmara dos Vereadores. Enquanto isso os 95 mil alunos das escolas municipais continuam sem aulas, apenas um mês após o início do ano letivo. Em assembleia-geral extraordinária, ontem (15) a tarde, os profissionais da educação exigiram redução no prazo de 40 dias, pedido pelo prefeito, Alcides Bernal (PP), para negociar o reajuste salarial.
Os professores pedem 13,01% de aumento salarial referente a 2015 e 11,03% relativos a 2016. Os profissionais aceitaram a proposta da Prefeitura em suspender o questionamento feito ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) sobre a Lei Municipal n° 5.411/2014.
Ontem (15) a ACP denunciou que diretores e professores foram ameaçados pela Semed (Secretaria Municipal de Educação) e pela titular da pasta, Leila Machado, caso participassem da manifestação. "A secretária (Leila Machado) mandou mensagens e alguns diretores e professores estão com medo de aderir. Já tinha sido feito trabalho anteriormente, de chamar os diretores no particular para conversar e avisar se falassem contra o prefeito seria mandado embora”, afirmou Zélia Aguiar.
A ACP chegou a ameaçar a uma nova greve, por tempo indeterminado. “Fizemos mais de 90 dias de greve no ano passado e se for necessário vamos fazer outra, se o prefeito não cumprir a lei. Não vamos temer a mordaça, não vamos aceitar o coronelismo”, afirmou o presidente do sindicato, Lucílio Nobre.
Na verdade, o movimento durou 77 dias, pois teve início em 25 de maio, e terminou sem que as exigências da categoria fossem atendidas.