Patrulhamento em área de conflito é tranquilo, diz Força Nacional
Os 110 homens da Força Nacional que patrulham a área rural de Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, começaram os trabalhos no último fim de semana, depois de um reconhecimento da área, o trabalho na prática começou nas primeiras horas desta segunda-feira (10).
Segundo o comandante da Força Nacional responsável pela ação nas áreas reivindicadas pelos indígenas, major Luiz Alves, o trabalho está pacífico e não houve registro de pessoas detidas ou material ilícito apreendido.
“Os índios estão colaborando bastante com o nosso trabalho, eles têm me ligado durante a noite falando de pessoas suspeitas e nós prontamente enviamos viaturas, mas não houve nenhuma anormalidade”, conta o major.
Cinco pontos de abordagem foram instalados na região, os soldados se revezam em três turnos e toda a área está sendo monitorada 24 horas por dia. Ao todo são 16 viaturas da Força Nacional e a torre de comunicação da Polícia Civil foi adequada pelos soldados para a comunicação entre os veículos.
De acordo com a Polícia Militar, nenhuma ocorrência grave foi registrada na cidade depois da chegada dos militares.
O líder indígena, Eder Alcântara, disse ao Campo Grande News que a Força Nacional foi bem recebida pelos índios e que não houve nenhum problema desde a chegada dos soldados. “Eles estão fazendo a segurança e está sendo muito bom, não teve nada de diferente”, conta Eder.
Força Nacional – O primeiro contato da Força Nacional com as lideranças indígenas de Sidrolândia ocorreu na tarde da última quinta-feira (6). O comandante da tropa, major Luiz Alves e representantes de entidades indígenas se reuniram com lideranças na sede da Assistência Social da cidade.
Após o encontro, os líderes indígenas afirmaram que a Força seria bem recebida pelos índios e que traria segurança para a região.
O primeiro comboio com sete viaturas e um ônibus chegou a Sidrolândia no fim da manhã da sexta-feira (7). O segundo comboio chegou por volta das 17h30 do mesmo dia com nove viaturas e dois ônibus.
Tensão – A situação ficou tensa na região depois que o indígena Oziel Gabriel, de 35 anos, morreu durante confronto com a Polícia Federal e militares da Cigcoe (Companhia Indepentende de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais).
A ação ocorreu no dia 30 de maio durante a reintegração de posse da Fazenda Buriti em Sidrolândia.
As famílias entraram pela primeira vez na área em 2003. No dia 15 de maio deste ano voltaram na fazenda Buriti, mas foram retirados na base da força na quinta-feira, quando incendiaram a sede da propriedade do ex-deputado Ricardo Bacha. Um dia depois, ainda revoltados com a morte de Oziel o grupo retornou à área.
Na última terça-feira (4) Joziel Gabriel, primo de Oziel, foi baleado no ombro na fazenda São Sebastião. Joziel está internado na Santa Casa com o projétil alojado na coluna.