PF resgata 4 trabalhadores em condição de escravidão
Em 2024, o Mato Grosso do Sul foi o sexto estado brasileiro com mais trabalhadores resgatados nessas condições
Quatro trabalhadores foram resgatados em situações análogas à escravidão, em uma fazenda no Pantanal de Corumbá, a cerca de 420 quilômetros de Campo Grande. A ação conjunta da Polícia Federal, Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho, ocorreu nesta terça-feira (25), após uma denúncia anônima.
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Quatro trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão em uma fazenda no Pantanal de Corumbá, Mato Grosso do Sul. A operação foi conduzida pela Polícia Federal, Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho após denúncia anônima. As vítimas enfrentavam privação de água potável, alimentação insuficiente e moradia precária. Os empregadores serão responsabilizados criminalmente. Em 2024, o estado foi o sexto com mais resgates no Brasil, totalizando 130 trabalhadores. A pecuária lidera os casos de trabalho escravo na região.
No local, as equipes constataram as inúmeras violações de direitos humanos, como a privação de água potável, alimentação insuficiente e péssimo local de moradia. Conforme as imagens divulgadas, alguns dos trabalhadores dormiam em redes em baixo de lona, e outros utilizavam um colchão sobre uma cama de palha.
Foi feita uma força-tarefa para identificar a localização exata dos trabalhadores, e pelo local ser de difícil acesso, foi utilizada uma aeronave para a fiscalização. As vítimas agora recebem acompanhamento e suporte para reestabelecer os direitos trabalhistas e sociais.
Ainda conforme a nota da Polícia Federal, os empregadores responderão pelas sanções administrativas e trabalhistas cabíveis, sem prejuízo de responsabilização criminal.
Em 2024, Mato Grosso do Sul foi o sexto estado brasileiro com mais trabalhadores resgatados nessas condições. Ao todo, 130 pessoas foram retiradas dessa situação no Estado. Em um dos casos, 20 trabalhadores foram resgatados de uma fazenda exportadora de limões em Aparecida do Taboado, a 458 km da Capital.
De acordo com o MPT, entre 2020 e 2024, foram registradas 315 notícias de fato relacionadas a supostas práticas de trabalho escravo no estado. Nesse período, 40 ações civis públicas foram ajuizadas para responsabilizar empregadores e combater a exploração laboral. Além disso, 79 TACs (Termos de Ajuste de Conduta) foram firmados, evidenciando o compromisso do MPT com as medidas de regularização e prevenção de condutas ilícitas.
A pecuária é o setor com o maior número de casos. Dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), sistematizados pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), mostram que entre 1995 e 2023, dos 110 casos registrados, 44 ocorreram na pecuária, 23 nas carvoarias e 12 em lavouras.
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