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Interior

Pistoleiro matou vereador por R$ 10 mil a mando de traficante brasileiro

Vereador executado em Capitán Bado teria vendido maconha e informado à polícia paraguaia, que apreendeu a carga

Helio de Freitas, de Dourados | 14/03/2018 11:01
Carlos Armoa Escobar foi preso ontem em uma estrada na zona rural de Capitán Bado (Foto: ABC Color)
Carlos Armoa Escobar foi preso ontem em uma estrada na zona rural de Capitán Bado (Foto: ABC Color)

Foi um traficante brasileiro, cuja identidade ainda é mantida em sigilo pela polícia, que mandou executar o vereador Cristóbal Machado Vera, na sexta-feira (9) em Capitán Bado, cidade paraguaia vizinha de Coronel Sapucaia (MS), a 400 km de Campo Grande.

O pistoleiro Carlos Armoa Escobar, preso ontem na zona rural de Capitán Bado, disse que recebeu R$ 10 mil para matar o vereador. Ele foi contratado por Marcio Sánchez, o “Aguacate”, apontado como chefe dos matadores que agem em Capitán Bado e que está sendo procurado pela polícia.

Segundo Escobar, que foi gravado por câmeras de segurança executando o vereador a tiros no meio da rua, Aguacate – em português abacate – recebeu R$ 50 mil do traficante brasileiro para eliminar Cristóbal Vera e terceirizou a empreitada para o bandido preso ontem.

O motivo teria sido um desacerto entre o traficante brasileiro e o vereador, que também se dedicava ao comércio da maconha produzida nos arredores de Capitán Bado.

Segundo a história contada pelo pistoleiro, o traficante brasileiro comprou uma carga de maconha do vereador, que deveria ser entregue em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã.

Só que o carregamento foi interceptado pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) antes de chegar ao destino. O traficante brasileiro acusou Cristóbal Vera de ter passado a informação sobre a carga para “colaborar” com a Senad, mas ficou com o dinheiro da venda.

Narcopolítico - Na segunda-feira (12), o promotor de Capitán Bado Leonardo Cáceres disse que o vereador do Partido Colorado também era fornecedor de maconha.

“Além de vereador, ele tinha um lava-rápido do lado da sua casa, tinha uma chácara na zona rural, estava construindo uma casa e mandou fazer tanques para criação de peixes. Temos informações que se dedicava ao tráfico de drogas”, afirmou o promotor em entrevista à rádio ABC Cardinal.

Segundo a polícia paraguaia, Aguacate, chefe dos sicários da fronteira, trabalha para outro traficante famoso na região, Eugenio Suárez Valiente, o “Mai Suárez”, considerado um dos maiores exportadores de maconha do Paraguai para o Brasil, juntamente com Felipe “Barón” Escurra, foragido da justiça.

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