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Interior

Polícia encontra arsenal em casa de suspeito de executar dono de pizzaria

Além de munições e armas, foram apreendidas várias porções de drogas; investigações continuam

Por Dayene Paz e Sidney Assis, de Sonora | 21/01/2024 17:01
NItens apreendidos pela polícia na casa da Rua Buritis. (Foto: Sidney Assis, de Sonora)  
Itens apreendidos pela polícia na casa da Rua Buritis. (Foto: Sidney Assis, de Sonora)

A polícia apreendeu 262 munições, armas e drogas na casa de um rapaz conhecido pelo apelido de "Sem fronteiras", suspeito de executar Tiago Valdecir Sandrin, de 37 anos, proprietário da Lanchonete e Pizzaria do Sandrin, na Rua dos Jacarés, em Sonora, a 362 km de Campo Grande. No início da tarde deste domingo (21), a polícia foi recebida a tiros no imóvel, revidou e acertou Sem fronteiras, que morreu na unidade de saúde.

Segundo o delegado de Sonora, Murilo Jorge Vaz Silva, o rapaz estava morando no imóvel junto com comparsas. Todos estão ligados a facção criminosa CV (Comando Vermelho), que desencadeou uma guerra contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) pelo domínio do tráfico de drogas na região.

Após a troca de tiros e morte de Sem fronteiras nesta tarde, a polícia revistou a casa e encontrou: 240 munições calibre 9 mm (milímetros); duas calibre 22; 18 calibre 12, além de duas pistolas 9 mm e uma arma calibre 12. Também foram encontrados: R$ 4,5 mil em dinheiro, 112 gramas de maconha, 12 gramas de cocaína e 459 gramas de pasta base. Cinco pessoas foram levadas para a delegacia, entre elas dois menores de idade.

O delegado disse ao Campo Grande News que o grupo saiu de Rondonópolis (MT) e se instalou em Sonora para executar integrantes da facção rival. "Desde o começo do ano, Sonora tem passado momento difícil em razão de briga de facções", salientou Murilo.

Entenda - A execução de Sandrin aconteceu na noite deste sábado (20). Testemunhas relataram que uma motocicleta, aparentemente de cor azul, com duas pessoas, se aproximou do estabelecimento. O passageiro desceu, foi direto ao caixa e disparou diversas vezes contra Tiago. Na sequência, o atirador saiu efetuando vários disparos para cima e fugiu com o comparsa, sentido Avenida Dr. João Leite Schmidt.

Conforme as informações da polícia, Tiago foi morto por engano. O alvo era um de seus funcionários, que teria envolvimento com facção criminosa. Pouco antes do ataque, a vítima havia assumido o caixa, em razão de o responsável pelo setor estar em outro cômodo.

Após o homicídio de Sandrin, a PM de Sonora, Força Tática de Coxim e Polícia Civil local intensificaram as diligências pelos suspeitos. Nesta manhã, receberam informações sobre movimentação estranha em um imóvel da Rua Buritis, no Centro de Sonora. A informação era de que os dois suspeitos pela execução de Sandrin estavam no imóvel.

Além da moto usada no crime ter sido vista na casa da Rua Buritis, a polícia também percebeu nas imagens da câmera de segurança no entorno da pizzaria, que um carro preto prestava apoio aos executores, fato que também contribuiu para a elucidação do homicídio. A moto foi encontrada em outro imóvel utilizado pela facção.

Viatura da PM em frente ao imóvel alugado por facção criminosa, na Rua Buritis. (Foto: Sidney Assis, de Coxim)
Viatura da PM em frente ao imóvel alugado por facção criminosa, na Rua Buritis. (Foto: Sidney Assis, de Coxim)

Troca de tiros - Diante das diligências e informações recebidas, no início da tarde de hoje os policiais cercaram a Rua Buritis. Equipes se dividiram pela frente e fundos do imóvel.

Em uma varanda aos fundos, estava Sem fronteiras, que disparou uma pistola 9 mm (milímetros) contra os policiais. No revide feito pela PM, ele foi atingido e, mesmo socorrido, não resistiu e morreu no hospital. A arma que ele utilizou contra os policiais foi a mesma usada no crime da pizzaria.

Um dos presos que estava dentro do imóvel confessou que conduziu a moto até a pizzaria na noite de ontem e Sem fronteiras atirou em Sandrin.

Sobre a briga pelo domínio do tráfico, o grupo nega ter um líder e disse que apenas "recebeu a missão". Ainda, de acordo com o delegado, os integrantes matariam outro rival nos próximos dias. As investigações continuam.

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