Polícia faz força-tarefa com helicóptero buscando armas em fazenda invadida
Força-tarefa com 200 policiais fez buscas em busca de armas nesta manhã na fazenda Novilho, em Caarapó, distante 283 km de Campo Grande. O mandado de busca e apreensão foi expedido pela Justiça. Foram realizados sobrevoos na área, mas apenas armas falsas foram encontradas.
De acordo com o superintendente de segurança pública, coronel Ary Carlos Barbosa, a operação estava sendo planejada há 30 dias e o mandado de busca foi expedido hoje. "Fizemos levantamento de dados, informação de quem estaria no local, e hoje fomos em busca de armas e munições que poderiam estar na sede da fazenda".
Barbosa explicou que próximo a sede, invadida por indígenas Guarani-Kaiowá em junho do ano passado, há barracos montados pelos indígenas. "Fizemos buscas nos barracos também, mas encontramos apenas simulacros (armas falsas) e bastante munições deflagradas de calibre 12 e 32".
O coronel disse ainda que foi observado que no portão de ferro da sede, há várias marcas de tiros, mas armas verdadeiras não foram localizadas. "Na fazenda, hoje estavam apenas mulheres e crianças e não tinha nenhum homem indígena", relata. Não se sabe quantos indígenas estão na sede da fazenda.
Não há previsão de uma outra realização da força-tarefa. Participaram da operação a Polícia Militar, Civil, DOF (Departamento de Operação de Fronteiras), Corpo de Bombeiros e Exército, além do helicóptero da Sejusp.
Palco de disputa - No dia 22 de fevereiro deste ano, um incêndio de grandes proporções destruiu um canavial com 210 hectares, prejuízo estimado em R$ 2 milhões.
Informações da Polícia Militar local indicam que o incêndio foi provocado pelos índios que estão na fazenda. O motivo, seria um decisão da Justiça Federal em paralisar o processo administrativo de demarcação da área, que está em disputa.
Tal conflito já resultou, inclusive, em morte de um índio, além de outros seis feridos e cinco ruralistas presos - mas já soltos após o STF (Supremo Tribunal Federal) conceder liberdade para eles - por organizarem o conflito armado. Este caso aconteceu em agosto do ano passado na fazenda vizinha, Yvu.
Além da Novilho (que está com a sede ocupada) e da Yvu, os indígenas fizeram a tomada de outras 10 propriedades rurais na região, que querem anexar a área onde já está a aldeia - e que seria apenas uma pequena parcela do território original.