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Interior

Polícia tem mais uma morte misteriosa para investigar em penitenciária

Paulista aguardava julgamento por tráfico no presídio de Dourados e seria interrogado hoje à tarde na 1ª Vara Criminal

Helio de Freitas, de Dourados | 09/03/2015 09:11
Armelindo Segateli tinha 64 anos e estava preso desde agosto do ano passado (Foto: Osvaldo Duarte/Dourados News)
Armelindo Segateli tinha 64 anos e estava preso desde agosto do ano passado (Foto: Osvaldo Duarte/Dourados News)

A polícia de Dourados, a 233 km de Campo Grande, tem mais uma morte misteriosa para investigar na penitenciária de segurança máxima da cidade, onde existem atualmente 2.200 internos. Na sexta-feira, Armelindo Segateli, 64 anos, preso por tráfico de drogas, passou mal no presídio, foi levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), mas morreu em seguida. A morte ocorreu três dias antes da audiência para interrogatório dele na 1ª Vara Criminal de Dourados, marcada para hoje à tarde.

Segateli tinha câncer, mas o exame médico teria constatado um trauma na barriga do detento. O caso será investigado pela 2ª Delegacia de Polícia, responsável pela região da cidade em que fica a penitenciária. A denúncia contra ele por tráfico foi aceita no dia 6 de novembro passado pela Justiça e o juiz Rubens Witzel Filho, da comarca de Dourados, havia marcado para às 16h30 desta segunda, dia 9 de março, a audiência para depoimento do detento.

Morador em Assis, interior paulista, Armelindo Segateli tinha sido preso no dia 8 de agosto do ano passado transportando 3.200 quilos de maconha em um caminhão. Parado numa barreira conjunta da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento de Operações de Fronteira, ele demonstrou nervosismo ao ser informado sobre o destino da carga de madeira. Cães farejadores da Polícia Militar ajudaram a localizar a droga embaixo das ripas.

Na época Segateli disse que tinha sido contratado para pegar o caminhão em Coronel Sapucaia, na fronteira com o Paraguai, para levar até Belo Horizonte (MG) e que receberia R$ 5 mil pelo serviço.

Outra morte – A Polícia Civil investiga também outra morte ocorrida neste ano na penitenciária de Dourados. No dia 19 de janeiro, o presidiário Thiago Ferreira Barros, 33, foi espancado e asfixiado até a morte por pelo menos dois companheiros de cela, mas a polícia não descarta a participação de mais pessoas no crime.

Integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), Thiago Barros cumpria pena por crimes de assalto à mão armada, ocorridos em 2008 em Campo Grande. Na época, ele foi preso junto com outros dois homens, acusados de praticarem cinco roubos em apenas um dia. A quadrilha ficou conhecida por atacar principalmente mulheres.

Na manhã do dia 19 de janeiro deste ano, Thiago Barros, que era lutador de muai thay e tinha sido transferido da capital para o presídio de Dourados no dia 22 de setembro do ano passado, foi encontrado desmaiado na cela 34 do raio II da penitenciária de Dourados. Nesse raio ficam os presos considerados mais perigosos e os integrantes de facções criminosas. O pavilhão é dominado por “soldados” do PCC.

Ele chegou a ser levado para a enfermaria por agentes penitenciários e outros internos, mas já estava morto. No atestado de óbito o médico legista apontou como causa da morte asfixia mecânica. Thiago foi sufocado pelas mãos de um dos assassinos.

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